Vaticano

Papa critica preferência de pets a filhos

O papa Francisco classificou como "egoísmo" a decisão tomada por alguns casais de preferirem adotar pets (animais de estimação) a terem filhos. As declarações, feitas durante a primeira audência-geral de 2022, causaram furor e muitas críticas nas redes sociais. "Hoje, nós vemos uma forma de egoísmo... Vemos que as pessoas não querem ter filhos, ou apenas um, e não mais. Muitos casais não têm filhos porque não querem, ou apenas têm um — mas têm dois cães, dois gatos. Cães e gatos tomam o lugar das crianças", declarou o pontífice.

"A negação da paternidade ou da maternidade nos diminui, leva embora a nossa humanidade", acrescentou o papa. Francisco deixou-se fotografar com cães, mas nunca teve animais de estimação no Palácio Apostólico. Ao contrário do antecessor, Bento XVI, um entusiasta de gatos. 

Em 2014, Francisco tachou de "fenômeno de degradação cultural" o fato de as pessoas preferirem pets a crianças. Moradora do Texas (EUA), Carla Carlson-Wallace tem dois cães Yorkshire Terrier: Milo tem um olho, e Dobby é cego, surdo e tem 10 anos. "Eu queria ter filhos, não posso. Por isso, adoto cães que ninguém quer. O papa fazer suposições sobre amar animais mais do que outras pessoas é arrogante", disse ao Correio.

O vaticanista Thomas Reese, analista do Religion News Service, concorda com o papa. "Pessoas que preferem pets a crianças seriam maus pais. Eu não os encorajaria a terem filhos. Seria melhor se tivéssemos apoio político, cultural e econômico a quem deseja ter filhos."

Em nota, a Organização Internacional de Proteção aos Animais (OIPA), sediada em Milão (Itália), afirmou que é "evidente que, para Francisco, a vida animal é menos importante do que a humana". "Quem sente que a vida é sagrada ama a vida além das espécies." (RC)