Nuredine Bhiri, um homem forte do partido Ennahdha de inspiração islâmica tunisiana, detido há cinco dias por "suspeitas de terrorismo" e em greve de fome, concordou em se hidratar nesta quarta-feira (5), em um momento em que sua saúde estava piorando, relataram os médicos.
O ex-ministro da Justiça, de 63 anos, tem pressão alta e "seus rins estão começando a mostrar sinais de fadiga" devido "à desidratação", disseram à rádio Mosaique os médicos do hospital em Bizerte (norte da Tunísia), onde ele está internado desde domingo.
No entanto, "sua família falou com ele, que concordou em colocar um tubo intravenoso" para que pudesse se hidratar, "na esperança de que ele concorde em comer", acrescentaram.
Desde sua prisão na sexta-feira por policiais à paisana em um local não revelado, Bhiri está em greve de fome e se recusou a tomar seus medicamentos (16 comprimidos por dia).
Seu partido político, Ennahdha, afirma ter apresentado queixa por "sequestro" contra o presidente Kais Saied e o ministro do Interior, Taufik Sharfedine, que pediram a sua prisão, sob "suspeita de terrorismo".
“Temia-se um ato terrorista que afetaria a segurança do país e foi preciso reagir”, disse o ministro na segunda-feira.
Nesta quarta-feira, o comitê de defesa Bhiri garantiu que o homem forte do Ennahdha estava "entre a vida e a morte".
O advogado e deputado Samir Dilu afirmou que sua vida estava "em perigo", garantindo que recebeu a informação de "fontes médicas".
O órgão de prevenção da tortura (INPT, entidade independente encarregada de zelar pelas pessoas privadas de liberdade), disse à AFP que enviou uma equipe médica ao local, mas ainda não apresentou seu relatório.