Londres, Reino Unido- A Polícia Metropolitana de Londres está investigando as várias festas realizadas em Downing Street e outras dependências do governo nos últimos dois anos, configurando uma violação das regras de confinamento - anunciou a chefe da Scotland Yard, Cressida Dick, nesta terça-feira (25).
"Posso confirmar que a Met (Polícia de Londres) está investigando uma série de eventos que ocorreram em Downing Street e em Whitehall nos últimos dois anos, em relação a possíveis infrações da norma sobre a covid-19", declarou Cressida, na Assembleia de Londres.
Na noite de ontem, a ITV noticiou que o primeiro-ministro Boris Johnson celebrou seu aniversário com várias pessoas próximas, em pleno confinamento. Este último episódio de uma sequência de vazamentos para a imprensa desde dezembro foi a gota d'água da pior crise política vivida pelo polêmico líder conservador desde que chegou ao poder, em 2019.
Segundo esta emissora privada, Johnson participou de uma festa organizada por sua esposa em 19 de junho de 2020, quando esse tipo de reunião estava proibido. Até 30 pessoas teriam ido ao evento, incluindo a decoradora Lulu Lytle, responsável pela cara reforma do apartamento do premiê em Downing Street. O financiamento da obra também causou polêmica.
Segundo uma porta-voz, o primeiro-ministro permaneceu "menos de dez minutos" na reunião.
"Isso é completamente falso. Seguindo as regras daquela ocasião, o primeiro-ministro recebeu um pequeno número de familiares, em área externa, naquela noite", informou Downing Street.
Há semanas, Boris, de 57 anos, luta por sua sobrevivência política diante das incessantes revelações sobre festas realizadas em Downing Street e em outras instalações do governo, quando as normas sanitárias anticovid-19 proibiam eventos destas natureza.
Para tentar amenizar o escândalo e acalmar os muitos deputados de seu próprio partido, os quais se juntaram à oposição para exigir sua renúncia, o premiê encarregou uma funcionária do alto escalão do governo, Sue Grey, de fazer uma investigação interna. Suas conclusões serão divulgadas em breve.
Dominic Cummings, agora influente ex-assessor do primeiro-ministro suspeito de estar na origem de muitos destes vazamentos, recusou-se a ser interrogado no âmbito desta referida investigação. Segundo ele, se assim fizesse, Boris Johnson "inventaria histórias absurdas". Por isso, preferiu testemunhar por escrito.
Cummings multiplicou os ataques contra seu ex-chefe desde que deixou o cargo no final de 2020, em um contexto de disputas internas. Ele já avisou que "outras histórias prejudiciais" podem vir à tona, se Johnson não renunciar
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