O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse neste sábado, 22, que desistiu de participar das eleições presidenciais italianas, marcadas para a próxima semana. Ele alegou que tinha os votos para vencer, mas o país não pode suportar divisões políticas durante a pandemia. O mandato do atual presidente, Sergio Mattarella, termina em 3 de fevereiro.
Berlusconi também anunciou que se opõe, junto com seus aliados em um bloco de centro-direita, a qualquer candidatura à presidência do primeiro-ministro Mario Draghi. Draghi, ex-chefe do banco central da Europa, agora lidera um governo de unidade pandêmica com amplo apoio político.
Juntos, Berlusconi, o líder antimigração da Liga Matteo Salvini e a líder nacionalista dos Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, podem comandar cerca de 400 dos 1.009 grandes eleitores que devem começar a votar por escrito para o próximo presidente da Itália na segunda-feira.
Os eleitores da Câmara Baixa do parlamento italiano, do Senado e representantes regionais especiais têm a tarefa de escolher uma figura que possa unir o país. Berlusconi, de 85 anos, é um dos fundadores do partido de centro-direita Forza Italia há três décadas, e atuou como primeiro-ministro três vezes, tem sido um para-raios para protestos. Seu passado inclui uma condenação por fraude fiscal e uma série de escândalos sexuais ligados a "festas de bunga bunga", enquanto seu império de negócios, que inclui três emissoras de televisão privadas, levantou preocupações de conflito de interesses.
Ele passou semanas sondando seus próprios aliados conservadores, bem como legisladores de forças centristas, para ver se tinha apoio suficiente para adicionar o cargo mais alto da Itália ao seu currículo político.
Contudo, a perspectiva de Berlusconi se tornar presidente já provocou um protesto no início deste mês em Roma, e outro foi marcado para segunda-feira, quando a votação começar.
Ao desistir de sua candidatura presidencial, Berlusconi disse ter confirmado que teria apoio suficiente para ser eleito para o mandato de sete anos do presidente. Ele disse que estava "honrado e emocionado", mas não queria ser a causa de "polêmicas ou lacerações" em um país que ainda luta contra a pandemia do covid-19.
Com sua característica falta de modéstia, Berlusconi acrescentou que a presidência "representa a unidade da nação, do país que amo e a cujo serviço me coloquei por 30 anos, com todas as minhas energias, minhas habilidades, minha competência". Ele observou que foi um dos maiores apoiadores no ano passado da nomeação de Draghi para chefiar um governo de coalizão de unidade pandêmica de quase todos os principais partidos da Itália, da direita à esquerda. A coalizão surgiu em 2021 depois que a pandemia devastou economicamente a Itália e a confiança diminuiu no governo do então primeiro-ministro Giuseppe Conte, um líder populista.
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