Milhares de pessoas se reuniram nesta sexta-feira (21/1) em uma manifestação anual contra o aborto. A esperança é de que este ano a Suprema Corte, de maioria conservadora, anule a decisão histórica que legalizou a interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos há 50 anos.
“Esperamos e rezamos para que este ano de 2022 traga uma mudança histórica para a vida”, disse Jeanne Mancini, presidente da Marcha pela Vida.
"Sabemos que este ano é o começo do fim do aborto nos Estados Unidos", lamentou Joseph Scordato, um jovem de 20 anos de Wisconsin vestido como um cavaleiro medieval e carregando uma cruz gigante.
A Suprema Corte ouviu argumentos orais em 1º de dezembro sobre uma lei do Mississippi que proibiria a maioria dos abortos após 15 semanas de gravidez, um caso conhecido como Dobbs v. Jackson Women's Health Organization.
A ala conservadora do tribunal, que inclui três juízes nomeados pelo ex-presidente Donald Trump, parece pronta para defender essa lei e talvez ir mais longe e derrubar Roe v. Wade, o caso de 1973 que legalizou o aborto no país.
Se Roe v. Wade for derrubada, cada um dos 50 estados poderá estabelecer suas próprias leis de aborto.
Leis que restringem severamente o aborto já foram aprovadas em vários estados liderados pelos republicanos, mas foram derrubadas precisamente por violar Roe v. Wade, que garante o direito da mulher ao aborto até que o feto seja viável fora do útero, geralmente em torno de 22 a 24 semanas de gestação.
Antes de ouvir o caso do Mississippi, a Suprema Corte recentemente se recusou repetidamente a bloquear uma lei do Texas que proíbe o aborto após seis semanas de gravidez, antes que a maioria das mulheres saiba que está grávida.
O tribunal deve emitir uma decisão sobre o caso do Mississippi em junho.
Pesquisas de opinião indicam que a maioria dos americanos acredita que o aborto deveria ser legal em todos ou na maioria dos casos, mas um segmento da população, particularmente a direita religiosa, nunca aceitou a decisão Roe vs. Wade e faz uma campanha incansável para derrubá-la.
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