O Iêmen perdeu a conexão com a internet em todo o país nesta sexta-feira, 21, depois que ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita atingiram prédio do TeleYemen, monopólio estatal que controla o acesso à internet no país, localizado na cidade contestada de Hodeida. A NetBlocks, organização não governamental que rastreia o funcionamento da internet, disse que a interrupção começou por volta da 1h local e afetou o TeleYemen. O TeleYemen agora é administrado pelos rebeldes houthis que detiveram a capital do Iêmen, Sanaa, desde o final de 2014.
O Iêmen estava "no meio de um apagão da internet em escala nacional após ataque aéreo no prédio de telecomunicações'', disse a NetBlocks. O Centro de Análises de Dados de Internet de São Diego (EUA), e a empresa de internet CloudFlare, com sede em São Francisco (EUA), também observaram uma interrupção da conexão em todo o país no mesmo horário.
O canal de notícias via satélite Al-Masirah, pertencente aos houthis, disse que o ataque no edifício de telecomunicações matou e feriu pessoas. O canal mostrou imagens caóticas de pessoas cavando escombros para encontrar um corpo, enquanto tiros eram ouvidos. Trabalhadores humanitários ajudaram sobreviventes feridos.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita, que luta contra os rebeldes houthis, reconheceu ter realizado "ataques aéreos precisos para destruir as capacidades da milícia'' ao redor do Porto de Hodeida. Porém, não reconheceu imediatamente ter atingido um alvo de telecomunicações como o NetBlocks descreveu, mas chamou Hodeida de "centro de pirataria e contrabando de armas iranianas para apoiar os houthis".
O cabo submarino Falcon leva internet para o Iêmen através do porto de Hodeida para o TeleYemen. O cabo também está presente no porto de Ghaydah, no extremo leste do Iêmen, mas a maioria da população do país vive no oeste, ao longo do Mar Vermelho.
Um corte no cabo Falcon em 2020, causado pela âncora de um navio, também causou interrupções generalizadas da internet no Iêmen. Cabos terrestres para a Arábia Saudita foram cortados desde o início da guerra civil do Iêmen, enquanto as conexões com outros dois cabos submarinos ainda serão feitas em meio ao conflito, disse o TeleYemen.
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita entrou na guerra do Iêmen em 2015 para apoiar o governo que foi expulso pelos houthis. A guerra se transformou na pior crise humanitária do mundo, com críticas internacionais aos ataques aéreos sauditas matando civis e visando a infraestrutura do país. Os houthis, entretanto, usaram crianças soldados e minas terrestres indiscriminadamente espalhadas por todo o país. Fonte: Associated Press.
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