A comissão do Congresso americano que investiga o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio pediu à filha e então assessora do ex-presidente Donald Trump que colabore voluntariamente com a apuração. Em carta que marca um momento importante da investigação dentro do círculo íntimo de Trump, a comissão especial indicou a Ivanka Trump que conta com evidências de que ela havia implorado a seu pai que convocasse seus apoiadores a pôr fim à violência naquele dia.
"O depoimento obtido pelo comitê indica que membros da equipe da Casa Branca solicitaram a sua ajuda em várias ocasiões para intervir, em uma tentativa de persuadir o presidente Trump a abordar a anarquia e violência em curso no Capitólio", escreveu a ela o presidente da comissão, Bennie Thompson. A comissão chegou a emitir intimações para figuras-chave do círculo de Trump, incluindo o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, e o ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon.
As ações de Ivanka Trump durante os distúrbios são uma "peça-chave" para a investigação, destacou o painel, acrescentando que a filha de Trump teria conhecimento direto da tentativa de seu pai de persuadir o então vice-presidente, Mike Pence, a interromper a apuração dos votos eleitorais. "Uma das conversas do presidente com o vice ocorreu por telefone, na manhã de 6 de janeiro. A senhora estava presente no Salão Oval (da Casa Branca) e testemunhou pelo menos um lado dessa conversa telefônica", afirma a carta.
A comissão assinalou, em comunicado, que espera contar com a versão de Ivanka sobre as preocupações manifestadas por advogados da Casa Branca, legisladores e assessores de Pence com os planos para pressionar o vice-presidente a revogar as eleições.
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