Em uma demonstração de transparência, o presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu marcar o primeiro aniversário de seu governo frente a frente com a imprensa. "Foi um ano de desafios, mas também de enorme progresso", declarou o democrata. Em um pronunciamento de 13 minutos, antes da entrevista coletiva, no Salão Leste da Casa Branca, Biden citou avanços no combate à pandemia da covid-19 e na recuperação da economia. Também procurou mostrar otimismo: "Os melhores dias estão diante de nós, não atrás de nós". Durante a entrevista, ele fez uma advertência ao presidente russo, Vladimir Putin. Biden prometeu um "desastre" para Moscou, em caso de invasão à Ucrânia, alertou sobre "pesadas perdas humanas" para a Rússia e não descartou que a situação "saia facilmente do controle". Ao mesmo tempo, disse crer que Putin não deseja uma "guerra em grande escala". "Se invadirem, pagarão por isso. Seus bancos não serão capazes de lidar com o dólar", ameaçou.
Parte do discurso de ontem foi usado para defender a própria gestão, no momento em que o democrata amarga uma queda na popularidade. Desde aquele 20 de janeiro de 2021, quando recebeu a faixa presidencial de Mike Pence (o republicano Donald Trump tinha abandonado Washington), Biden afirmou que 200 milhões de cidadãos se vacinaram contra a covid-19; 6,4 milhões de novos empregos foram criados; e o país registrou queda de 40 pontos percentuais no índice de pobreza. "É o melhor ano de geração de empregos na história dos EUA", comemorou. O democrata reconheceu "frustração" causada pela pandemia e disse que pretende combater a alta dos preços com uma economia mais produtiva.
Biden admitiu que não antecipou o nível de "obstrução do Partido Republicano" nas votações de projetos de lei apresentados pela Casa Branca. Ele afirmou que tem se engajado em preparar o futuro pós-pandemia e instou a população a se imunizar. "Por favor, vacinem-se e tomem as doses de reforço. (...) Vacinas salvam vidas", ressaltou.
O presidente destacou o fato de que providenciou 1 bilhão de testes caseiros para a detecção do coronavírus e os distribuiu em 30 mil pontos. Ao ser questionado se "prometeu coisas demais" para os americanos, foi taxativo: "Eu não prometi demais... Provavelmente, superei o que todos pensavam que aconteceria".
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Invasão
Chefe do Programa de Política Doméstica Russa do Carnegie Endowment for International Peace (Moscou), Lilia Shevtsova afirmou ao Correio que uma invasão seria trágica para a Rússia e para a Ucrânia. "As forças de Moscou até poderiam chegar a Kiev, mas não conseguiriam ocupar o país por muito tempo. Uma escalada militar na Europa, isso está fora de questão. O Ocidente não interferirá militarmente."
Shevtsova prevê que a invasão ocorra entre o fim deste mês e o começo de fevereiro. "O Kremlin conta com a alternativa de escalar o conflito de forma localizada, na região de Donbass, leste da Ucrânia. Outra possibilidade é o uso de ataques cibernéticos contra Kiev. Existe a possibilidade de Putin suspender a operação militar e tentar forçar os EUA a concordar com mais concessões."
Chapa com Kamala em 2024
O presidente Joe Biden confirmou, durante a entrevista coletiva, que sua vice, Kamala Harris, será a companheira de chapa do democrata na disputa pela reeleição, em 2024. "Acho que ela está fazendo um bom trabalho", reconheceu.
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