Sydney, Austrália- Tonga estava praticamente isolada do resto do mundo, nesta segunda-feira (17), depois que a erupção de um vulcão submarino paralisou as comunicações nesta país insular do Pacífico.
Especialistas alertaram que a conexão com a internet pode permanecer cortada por várias semanas para as quase 100 mil pessoas que vivem no país.
A erupção há dois dias do vulcão Hunga Tonga-Hunga Haa'pai cobriu Tonga de cinzas, provocando um tsunami em todo o Pacífico que matou duas pessoas no Peru.
Os países vizinhos e as agências internacionais continuam avaliando a extensão dos danos. A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, declarou no domingo que são "significativos".
A Nova Zelândia e a Austrália enviaram nesta segunda aviões de reconhecimento para avaliar os danos e disponibilizaram aeronaves de transporte militar C-130 para transportar suprimentos ou pousar se as pistas forem consideradas operacionais.
Sabe-se que a explosão vulcânica de sábado afetou severamente a capital Nuku'alofa, coberta de cinzas, e cortou um cabo de comunicação subaquático, que pode levar duas semanas para ser restabelecido.
A erupção foi sentida até no Alasca, causando uma onda que atingiu as costas do Pacífico, do Japão aos Estados Unidos.
"Sabemos que água é uma necessidade imediata", disse Ardern a repórteres, explicando que a Nova Zelândia depende de telefones via satélite para se comunicar com o país.
Os voos de reconhecimento ajudarão a informar o governo tonganês sobre a extensão dos danos causados pelo vulcão e pelo tsunami e identificar as necessidades de ajuda, acrescentou Ardern.
A primeira-ministra, falando à embaixada da Nova Zelândia em Tonga, descreveu barcos e "grandes rochas" chegando à costa norte de Nuku'alofa.
O ministro da Defesa da Nova Zelândia explicou, por sua vez, que o país insular conseguiu restaurar a eletricidade em "grandes partes" da cidade.
- "Não sabemos nada" -
Com as comunicações cortadas, os tonganeses fora do país tentam desesperadamente falar com seus entes queridos.
"Não consigo entrar em contato com minha família, não há comunicação", disse à AFP Filipo Motulalo, jornalista da Pacific Media Network.
"Nossa casa está entre aquelas próximas à área que já foi inundada, então não sabemos a extensão dos danos", disse.
Motulalo indicou que muitos tonganeses no exterior estão preocupados. "Acho que o pior é o apagão e o fato de não sabermos nada".
Muitos estão preocupados com os idosos enfrentando o ar cheio de poeira vulcânica.
O diretor da rede Southern Cross Cable Network, Dean Veverka, disse à AFP que a internet pode ficar inativa por duas semanas. "Estamos recebendo informações imprecisas, mas parece que o cabo foi cortado", declarou.
"O reparo pode levar até duas semanas", explicou. A Southern Cross está ajudando a Tonga Cable Limited, proprietária do cabo de 872 quilômetros que liga o país insular a Fiji e de lá ao resto do mundo.
Inicialmente, acreditou-se que a falta de sinal era devido a uma queda de energia após a erupção. Mas os testes subsequentes, uma vez que a fonte de alimentação foi restaurada, indicaram que era uma ruptura no cabo.
Tonga já esteve sem telecomunicações por duas semanas em 2019, quando a âncora de um navio cortou o cabo. Um pequeno serviço de satélite operado localmente foi então estabelecido para permitir um contato mínimo com o mundo exterior.
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