O chefe da Otan considerou, nesta sexta-feira (7), que a implantação militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia representa um risco "real" de conflito e que a Aliança Atlântica deve se preparar para o fracasso dos esforços diplomáticos.
"O risco de conflito é real. As ações agressivas da Rússia prejudicam seriamente a segurança na Europa", advertiu o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da organização.
Stoltenberg chamou a decisão de Moscou de participar de uma reunião do conselho da Otan-Rússia na quinta-feira de "um sinal positivo".
"É um sinal positivo, porque as tensões são grandes. Veremos se a Rússia estabelece um diálogo de boa fé e aceita que se discuta questões fundamentais. Mas devemos estar preparados para o fracasso da diplomacia", disse ele.
Na segunda-feira, a questão ucraniana vai centrar as discussões entre a Rússia e os Estados Unidos.
A este respeito, o chefe da Otan alertou que "não haverá discussão sobre a segurança europeia sem europeus na mesa de negociações"
Por sua vez, nos Estados Unidos, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que "não haverá negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".
Em uma conversa telefônica com seu colega ucraniano, Dmytro Kouleba, o secretário americano falou sobre "as possíveis respostas dos Estados Unidos e seus aliados" ao acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, segundo um comunicado.
Blinken "reafirmou o apoio inabalável dos Estados Unidos à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia face à contínua agressão da Rússia", segundo o Departamento de Estado dos EUA.
Washington e seus aliados acusam a Rússia de preparar uma invasão depois de reunir cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, uma ex-república soviética.
Os países ocidentais estão tentando dissuadir Moscou de lançar um ataque contra seu vizinho, que desde 2014 luta contra separatistas pró-russos em duas regiões na fronteira leste.
O conflito eclodiu após a anexação da Crimeia pela Rússia e deixou mais de 13.000 mortos.
Stoltenberg alertou a Rússia sobre qualquer ação intempestiva contra a Ucrânia. "Se a Rússia decidir usar meios militares contra seu vizinho, estará sujeita a severas sanções econômicas e políticas", declarou.
No entanto, reiterou que a Otan não interviria militarmente, uma vez que a Ucrânia não é um de seus membros.
Mesmo assim, a organização transatlântica se prepara para reforçar sua presença militar no flanco oriental.
"Temos capacidades significativas", disse Stoltenberg, lembrando que a aliança tem uma força de reação rápida de cerca de 40.000.
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