Negligência

Atriz britânica morre um dia depois de ser diagnosticada com câncer cervical

Segundo a família, o médico que primeiro atendeu a atriz alegou que seus sintomas indicavam apenas "distúrbios hormonais"

Camilla Germano
postado em 07/01/2022 15:32 / atualizado em 07/01/2022 15:32
A atriz Porsche Mcgregor-Sims -  (crédito: Reprodução/Instagram @ porsche_pops)
A atriz Porsche Mcgregor-Sims - (crédito: Reprodução/Instagram @ porsche_pops)

Quase um ano após a morte da modelo, atriz e planejadora de eventos, Porsche McGregor-Sims, 27 anos, sua família resolveu trazer a público os reais motivos de sua morte. Em 14 de abril de 2020, um dia depois de ser diagnosticada com câncer cervical — ou câncer de colo de útero — ela morreu em um hospital na cidade de Portsmouth, no Reino Unido.

De acordo com a família, Porsche começou a sentir dores abdominais e a ter sangramentos em dezembro de 2019. No mês seguinte, ela teria ido a um ginecologista para lidar com as dores mas, seus sintomas foram ignorados pelos médicos. 

De acordo com o jornal de New York Post, os especialistas inicialmente consideraram os sintomas da atriz apenas como problemas psicológicos ou "distúrbio hormonal". O médico da atriz, Peter Schlesinger, alegou na época que não seria necessário investigar a fundo os sintomas porque Porsche tinha parado de tomar injeções anticoncepcionais e seu corpo poderia estar em choque pela falta de hormônio. Ele disse também que exames mais extensos não trariam benefícios na idade dela. 

Em pronunciamento, a mãe da atriz, Fiona Hawke, chegou a dizer que o médico não fez a coisa mais básica com a filha dela, que era fazer um exame interno baseado nos sintomas que ela estava sentindo. "Isso não faz sentido para mim", disse ela. 

Em resposta, Schlesinger explicou as razões de não ter realizado um exame físico completo para revelar quaisquer anomalias físicas na jovem. "Um teste de Papanicolau padrão ou agendamento de uma tomografia computadorizada também levaria mais tempo, especialmente durante a temporada de férias e exames físicos completos não são tão comuns nos dias de hoje", disse. 

"Se alguém estivesse na sala comigo, provavelmente teria feito [mais]. Mas estamos todos aqui hoje com o benefício de uma retrospectiva", ele completou.

Em março de 2020, ainda no começo da pandemia do coronavírus, Porsche apresentou sintomas da doença como falta de ar e o médico da família recomendou uma série de antibióticos para o tratamento mas, enquanto os sintomas progrediam, os médicos suspeitavam mais ainda de um diagnóstico de covid. Como as condições respiratórias dela eram tão baixas, Porsche foi transferida para o Hospital Rainha Alexandra na cidade de Portsmouth, no Reino Unido, onde ela morreu no dia 14 de abril de 2020. 

Além da mãe, Porsche McGregor-Sims também deixou o noivo, Mark Chappel, e seu irmão gêmeo Deucalion.

Câncer cervical

No mundo, o câncer de colo de útero é o quarto mais comum em mulheres. Em 2018, segundo dados a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 570 mil mulheres foram diagnosticadas e destas, 311 mil morreram em decorrência da doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres brasileiras. Em 2019, foram registradas 6.596 mortes decorrente da doença. Ainda de acordo com o INCA o câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. No entanto, nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.

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