Após ser retomado nesta quinta-feira (6), o julgamento dos atentados que deixaram 130 mortos em Paris e seus arredores em novembro de 2015 foi adiado para a obtenção de uma segunda opinião médica sobre o principal acusado, Salah Abdeslam, que segue testando positivo para covid-19.
A decisão do presidente do Tribunal de Paris, Jean-Louis Périès, ocorreu depois de três horas de deliberação.
O julgamento, que começou em setembro e no qual já compareceram sobreviventes, pessoas próximas das vítimas e investigadores, será reiniciado em 11 de janeiro dependendo do parecer de dois médicos. Eles devem apresentar seus relatórios "até 10 de janeiro", disse o juiz.
Nesta quinta, o julgamento iria entrar em uma nova fase, com o interrogatório dos 14 acusados presentes.
A atenção estava toda voltada para Abdeslam, o único membro com vida dos comandos extremistas que promoveram o atentado em 15 de novembro de 2015 em frente ao Estádio da França, ao norte de Paris, nos terraços da capital e na sala Bataclan.
Abdeslam, que não comparecia ao tribunal desde 25 de novembro, estava presente nesta quinta-feira, depois que vários testes médicos consideraram que estava em condições de ir, apesar de ter se recusado a se vacinar e ter contraído covid-19 no final de dezembro.
Porém, durante as discussões, muitos advogados expressaram preocupações sobre seu potencial para contágio e o risco de criar um surto no tribunal.
Outro acusado, Osama Krayem, se negou inicialmente a comparecer, mas acabou aceitando ir depois que o tribunal indicou que o obrigaria à força se fosse necessário.
O presidente Périès lembreu a Krayem seu "direito de ficar em silêncio". Em uma carta lida pouco antes por sua advogada Margaux Durand-Poincloux, este sueco de 29 anos anunciou sua decisão de não tomar mais a palavra.
"Em um primeiro momento, queria me expressar diante da corte", mas "ninguém busca a verdade", acrescentou nesta breve carta, na qual diz que o julgamento é uma "farsa".
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