A magistrada Mariel Suárez, do Superior Tribunal de Justiça de Chubut (Argentina), deixou de ser uma juíza de reputação ilibada na província após um vídeo dela aos beijos com um condenado à prisão perpétua ser vazado nas redes sociais. O registro, que foi feito pelas câmeras de segurança do Instituto Penitenciário (IPP) em Trelew, mostra ela e Cristian Bustos aos beijos durante uma visita à prisão em que o homem cumpre pena por assassinar um policial. Veja:
O vazamento do vídeo causou grande repercussão negativa no país, já que a juíza foi uma das três responsáveis pelo julgamento de Cristian — e a única a votar contra a condenação perpétua e solicitar uma pena menor, mesmo com a confissão do homem em júri de que foi o responsável pela morte do policial Leandro Tito, ocorrida em 2008. Um processo administrativo foi aberto para apurar a “conduta inadequada” dela.
A visita de Suárez ao prisioneiro ocorreu em 29 de dezembro, apenas uma semana após Cristian ser condenado à prisão perpétua. Antes mesmo do vazamento, o Superior Tribunal de Justiça de Chubut foi avisado pelos responsáveis pelo IPP sobre o ocorrido. De acordo com o jornal local Diario Jornada, o oficial de plantão flagrou os dois se beijando dentro de uma sala de aula do presídio e contou aos superiores sobre a conduta da juíza.
Com isso, um processo administrativo foi instaurado pelo Poder Judiciário para apurar os fatos. “Das informações comunicadas pelo IPP, verifica-se que a juíza se envolveu em conduta indevida em relação a um magistrado. O processo visa elucidar as circunstâncias da reunião entre a juíza e o condenado, o teor da reunião, a sua duração e suas características, que podem implicar em violações da Lei de Ética Pública e/ou do Regimento Geral do Judiciário”, disse em nota o Superior Tribunal de Justiça.
Juíza nega relação sentimental e diz que escreverá livro sobre a história do condenado
Procurada pela imprensa local, a juíza Suárez minimizou o beijo e afirmou que visitou o condenado porque irá escrever a história dele e publicá-la em um livro. “Não tenho nenhuma relação sentimental com essa pessoa, não tenho laços pessoais. Estou fazendo um livro com essa pessoa por causa de sua história”, afirmou a magistrada.
Ela também disse que “cumpriu bem meu papel de juíza” e que encontrou o condenado por acaso. “Foi a primeira vez que o vi e conversamos sobre isso [a sentença]. Eu esbarrei nele, disse que ia marcar uma entrevista com ele e disse que ia escrever um livro. Ele me contou coisas pessoais e me mostrou suas tatuagens”, contou.
Suárez ainda afirmou que Cristian “ficou muito feliz com o projeto” e que ajudará ela a “fazer um jornalismo investigativo”.
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