A onda de infecções pela ômicron no Reino Unido desencadeou o temor de uma grave escassez de profissionais em hospitais e outros serviços públicos como as escolas, com o retorno do país ao trabalho nesta terça-feira (4) após o recesso de fim de ano.
O serviço público de saúde NHS já registra problemas devido à grande quantidade de funcionários que está em quarentena após dar positivo. Cerca de 50.000 de seus trabalhadores se ausentaram do trabalho na semana passada por estarem doentes ou em isolamento, informou o Sunday Times.
Ao menos seis hospitais declararam "incidentes críticos", o que significa que alguns serviços cruciais podem estar em risco.
O problema afetou também o serviço ferroviário na Inglaterra nesta terça-feira, primeiro dia de plena atividade após uma segunda-feira de feriado, gerando muita espera para os viajantes que voltavam ao trabalho.
A secretária de Estado de saúde pública Maggie Throup disse ao canal Sky News que "não tem certeza" de quantos britânicos estão atualmente em quarentena.
"Foi comprovado durante o Natal que muita gente se contagiou, a variante ômicron é muito transmissível, mas é uma boa notícia que não parece provocar doenças graves como algumas das outras variantes", afirmou.
Segundo normas recentes, a quarentena de 10 dias após um positivo ao coronavírus pode ser reduzida para 7 com a condição de dar negativo dois dias seguidos.
Para aliviar o que o primeiro-ministro Boris Johnson chamou na segunda-feira de "pressão considerável" sobre os hospitais, pediu que esta regra seja mais flexibilizada para os profissionais da saúde, mas o governo duvida de sua pertinência
Nesta terça-feira, os alunos voltaram à escola e também enfrentam a perspectiva de faltas em massa de professores, a ponto de as autoridades inglesas precisarem chamar profissionais aposentados para reforçar o serviço.
Apesar de tudo, "o ensino presencial seguirá sendo a norma", afirmou o ministro da Educação, Nadhim Zahawi, no Twitter.
O Reino Unido é um dos países mais castigados pela covid-19, com quase 149.000 mortos desde o início da pandemia em seu território, em março de 2020.
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