Com o avanço sem precedentes da cepa ômicron pelo planeta, os Estados Unidos registraram, na última quarta-feira, um recorde mundial de casos da covid-19: 486.428 novas infecções em apenas 24 horas. Especialistas advertem que o número é subestimado, pois muitos norte-americanos preferem se submeter à testagem em casa, por meio de kits vendidos em farmárcia, além de apresentarem quadro assintomático. A média móvel de contágios chega a 265 mil contágios diários, a maioria deles provocada pela nova variante.
"A ômicron é 70 vezes mais contagiosa que a variante delta, mas não tão letal. No entanto, existe o risco de dano colateral. Os pacientes estão lotando as emergências dos hospitais e, ainda que o quadro causado pela ômicron não exija internação, os pacientes que precisam de atendimento de urgência, com enfarte ou embolia pulmonar, podem falecer", advertiu ao Correio o médico Joseph Varon, chefe da equipe do United Memorial Medical Center, em Houston (Texas). Ele contou que atende, diariamente, mais de 50 casos de infectados pela ômicron. "Na unidade de terapia intensiva, são 20 pacientes, dos quais apenas um tem ômicron. Todos os hospitalizados não foram vacinados. Estamos todos muito cansados", acrescentou.
Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, pela sigla em inglês) recomendaram à população que evite viagens de cruzeiro. O pedido vale inclusive para os imunizados. "Evite viagens em cruzeiros, independentemente do estado de vacinação. Mesmo os viajantes totalmente vacinados podem correr o risco de contrair e espalhar as variantes da covid-19", justificou o órgão, que atualizou o alerta de viagens marítimas para o nível 4, o mais alto na escala de risco para a covid-19.
Em todo o mundo, mais de 7,3 milhões de novos casos de coronavírus foram reportados nos últimos sete dias, apontou um balanço feito pela agência de notícias France-Presse. Em média, são 1.045.000 infecções diárias. Houve um aumento significativo de transmissão da covid-19 nos Estados Unidos e no Canadá, com 2.264.000 casos ou 83% a mais que na semana anterior e na Europa, com 4.022.000 casos (36% a mais). Espanha, Itália e Portugal também registraram, ontem, recordes: respectivamente, 161.688; 126.888; 28.659 infecções em 24 horas. (RC)