Vítimas de Ghislaine Maxwell e Jeffrey Epstein receberam com satisfação o veredicto emitido na quarta-feira (29) por um tribunal de Nova York que considerou a britânica culpada de tráfico sexual de menores em benefício do ex-financista americano, que morreu em 2019.
"Espero que este veredicto ofereça consolo a todos os que precisarem e prove que ninguém está acima da lei", disse em um comunicado publicado no Twitter Annie Farmer, uma das quatro denunciantes no julgamento de Ghislaine Maxwell.
"Até os poderosos e privilegiados terão que ser responsabilizados quando agredirem e explorarem sexualmente as jovens", acrescentou a mulher de 40 anos, a única que testemunhou sem um pseudônimo para expor os crimes sexuais de Maxwell.
A ex-figura do jet-set internacional foi declarada culpada pelo Tribunal Federal de Manhattan por uma série de crimes sexuais, particularmente pelo mais grave: tráfico de meninas menores de idade entre 1994 e 2004, em benefício de seu ex-companheiro Epstein, que se suicidou na prisão em agosto de 2019 enquanto aguardava seu próprio processo pelo mesmo motivo.
Maxwell, de 60 anos e filha do magnata da imprensa britânica Robert Maxwell (falecido em 1991), enfrenta décadas de prisão, mas os tribunais americanos ainda não estabeleceram uma data para anunciar a sentença. Seu advogado Bobbi Sternheim anunciou sua intenção de apelar.
Outra denunciante de Epstein, Theresa Helm, que não participou do julgamento de Maxwell, chamou esta última, em uma entrevista com a BBC, de "rainha da manipulação".
"Ghislaine Maxwell nunca mais terá a oportunidade de tirar nada de ninguém. Passou para o outro lado da liberdade. Nós sobreviventes somos livres", disse à televisão britânica.
O Ministério Público descreveu Ghislaine Maxwell como uma "predadora sofisticada" que agiu deliberadamente para atrair e seduzir as jovens e entregá-las a Epstein.
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