Riade, Arábia Saudita- O grand mufti da Arábia Saudita, Abdelaziz Al Sheikh, classificou a homossexualidade, nesta quarta-feira (22), como um dos "crimes mais abomináveis", no momento em que este reino muçulmano ultraconservador destina bilhões de dólares para melhorar sua imagem para o exterior.
A declaração foi dada poucos dias depois de o embaixador saudita na ONU, Abdallah Al-Mouallimi, rejeitar uma menção à homossexualidade em uma resolução da Assembleia Geral sobre a democracia, segundo a imprensa deste país do Golfo.
"O crime de homossexualidade é um dos mais abomináveis e odiosos aos olhos de Deus", afirmou o mufti, a mais alta autoridade religiosa do reino saudita.
"Quem comete este crime" arrasta consigo "vergonha e infâmia", acrescentou ele, em um comunicado citado pela agência oficial de notícias saudita SPA.
Segundo o guia religioso, os direitos humanos residem, em "primeiro e último lugar, na lei de Deus", denunciando os "impulsos desviantes que corrompem o mundo".
Na sexta-feira (17), o embaixador Al-Mouallimi havia dito que as expressões "identidade de gênero" e "orientação sexual" são "contrárias à identidade árabe e islâmica histórica" de sua nação.
A homossexualidade é ilegal nesta monarquia petroleira do Golfo, que aplica uma interpretação muito estrita da "sharia", a lei islâmica.