Soldados israelenses fazem buscas nesta sexta-feira (17), na Cisjordânia, para encontrar os autores de um ataque - atribuído aos palestinos - que causou a morte de um colono israelense e deixou dois feridos.
Yehuda Dimentman, de 25 anos, morreu por causa dos ferimentos sofridos na quinta-feira à noite, depois que o carro em que se deslocava foi alvo de disparos.O motorista do veículo e outro passageiro sofreram ferimentos leves.
O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, informou que mobilizou batalhões adicionais e as forças especiais para localizar os agressores que, segundo o Exército, são palestinos.
O chefe do Estado Maior de Israel, o general Aviv Kochavi, indicou em comunicado que os militares estão utilizando ferramentas de inteligência, forças de combate e que vão expandir as operações se for necessário.
"Não vamos parar até que capturemos os terroristas", disse Kochavi, que visitou o local do incidente.
O ataque aconteceu perto de Homesh, um assentamento judeu ilegal no norte da Cisjordânia, onde as vítimas estudavam em uma escola talmúdica.
Cerca de 2.000 pessoas compareceram nesta sexta ao funeral de Yehuda Dimentman, segundo um jornalista da AFP.
"Um judeu foi assassinado pelo simples fato de ser um judeu que vive em sua terra", escreveu no Twitter o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett.
Por sua vez, o movimento islamista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, celebrou o ataque, classificando-o como "heroico" e destacando que há uma "luta legítima até que o ocupante seja expulso de todas as terras palestinas e os colonos sejam expulsos delas".
O enviado da ONU para o Oriente Médio, o norueguês Tor Wennesland, disse estar "alarmado pela escalada da violência na Cisjordânia ocupada".
Em Burqah, uma localidade próxima do local do incidente, um correspondente da AFP viu colonos jogando pedras contra algumas casas, os moradores palestinos mobilizados e alguns soldados israelenses presentes.
Em outro lugar no norte da Cisjordânia, a polícia israelense disse que estava averiguando informações de que um palestino tinha sido hospitalizado na localidade de Qaryutdepois que os colonos israelenses apedrejaram sua casa.
Este é o terceiro incidentesério registradona região nos últimos dias. Na semana passada, a polícia israelense prendeu uma jovem palestina de 14 anos acusada de esfaquear uma mulher israelense de 26 no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
Uma ameaça de despejo que afeta a família da suspeita e outras pessoas do bairro vem causando o aumento das tensões e, nesta sexta-feira, houve um novo protesto contra os assentamentos.
Durante a manifestação, foram registrados incidentes e um fotógrafo acabou ferido pelas forças israelenses, segundo constatou um jornalista da AFP.