Novos casos

Reino Unido reforça medidas após morte provocada pela variante ômicron

Quinze dias após a detecção no país, o Reino Unido registra 3.137 casos de ômicron, o governo prevê que será a variante dominante em poucos dias

Londres, Reino Unido-  O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (13) a primeira morte confirmada pela variante ômicron, enquanto sua população volta ao trabalho remoto e o governo impõe uma luta contra o tempo para aplicar as doses de reforço da vacina em todos os adultos antes do fim do ano.

"Infelizmente, ômicron está provocando hospitalizações e infelizmente, confirmamos que ao menos um paciente morreu" por esta nova variante, declarou à imprensa o primeiro-ministro Boris Johnson ao visitar um dos centros de vacinação para aplicação da terceira dose contra a covid-19.

Segundo um porta-voz do Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC), "parece que esta é a primeira morte confirmada da ômicron".

"No entanto, muitos casos não estão sequenciados genomicamente, então é impossível saber se esta é a primeira morte da ômicron" no mundo, disse à AFP.

A África do Sul, primeiro país a detectar e informar em novembro sobre a nova cepa, que se espalha rapidamente pelo planeta, não "anunciou oficialmente" mortes da ômicron, segundo um porta-voz do Ministério da Saúde, porque as autoridades "não especificam a variante".

- Em breve será dominante -
Quinze dias após a detecção no país, o Reino Unido registra 4.713 casos de ômicron (1.576 a mais que no domingo), mas os especialistas acreditam que o número é muito superior e o governo prevê que será a variante dominante em poucos dias.

O ministro da Saúde, Sajid Javid afirmou que a variante já representa 40% das infecções em Londres.

"Amanhã à noite será a maioria dos casos e não para de aumentar", advertiu Johnson, cujo governo estabeleceu a missão complexa de oferecer a terceira dose da vacina contra a covid-19 a todos as pessoas com mais de 18 anos até 31 de dezembro.

Isto significa quase um milhão de doses por dia: o país abriu mais centros de vacinação, que funcionarão por mais horas ao dia e receberão o apoio do exército.

O site do governo que permite agendar a vacinação caiu no domingo à noite, após um discurso de Johnson à nação. E os problemas persistiam nesta segunda-feira.

O portal informa ainda que acabaram os testes de antígenos que o serviço de saúde pública inglês distribui gratuitamente e que agora devem ser feitos diariamente por quem tem contato contato próximo com um infectado com a variante ômicron.

- "Uma versão mais branda" -


Johnson afirmou que as pessoas devem deixar de lado a ideia de que esta é de "alguma forma uma versão mais branda do vírus".

"O melhor que podemos fazer é vacinar a todos", insistiu.

"Não pensei que teria tanta gente. É incrível", declarou à AFP Sarah Jackson, uma londrina de 29 anos diante de um centro de vacinação com uma fila de duas horas para o registro e mais duas horas para receber a dose.

"Vou encontrar meus avós no Natal, mas não sei se será suficiente", disse, lamentando que apesar de ter tirado a manhã de folga teria que faltar ao trabalho e criticando o governo por ter reagido tarde.

Com 66 milhões de habitantes, o Reino Unido, que com mais de 146.000 mortes é um dos países da Europa mais afetados pela pandemia, já havia decretado na semana passada medidas de precaução como o uso de máscaras em quase todos os locais fechados e o teletrabalho, que entrou em vigor nesta segunda-feira.

A partir desta semana também será exigido o passaporte sanitário em locais como casas noturnas e estádios de futebol.

As medidas irritaram alguns deputados do Partido Conservador de Johnson, que ameaçam uma rebelião na terça-feira, quando o Parlamento votará as novas medidas. Porém, as novas regras têm a aprovação garantida graças ao apoio do opositor Partido Trabalhista.

Este seria um novo revés para o primeiro-ministro, enfraquecido após uma série de escândalos relacionados com supostas festas celebradas em Downing Street no ano passado, quando as comemorações estavam proibidas pela pandemia e os britânicos se viram privados de reuniões familiares de Natal.

 

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