O presidente de Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, aceitou a renúncia do primeiro-ministro Christophe Dabire, e de seu governo, segundo um decreto presidencial.
Diante da "carta de renúncia de 8 de dezembro", o presidente decreta que "as funções do primeiro-ministro Christophe Joseph Marie Dabire foram encerradas", informou o secretário-geral do governo, Stephane Wenceslas Sanou, ao ler o decreto na televisão pública.
O governo que renunciou terá de permanecer no cargo até que um novo executivo seja formado, disse Sanou.
Primeiro-ministro desde janeiro de 2019, Christophe Dabiré foi prorrogado no cargo em janeiro de 2021, após a reeleição de Kaboré para o seu segundo e último mandato.
Anteriormente, Dabiré foi representante de seu país na União Econômica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) e na década de 1990 foi ministro do ex-presidente Blaise Compaoré.
Ele era o responsável pelas pastas de Saúde, Educação e Pesquisa Científica.
O país tem sido alvo de uma onda de ataques jihadistas desde 2015, que deixaram pelo menos 2.000 mortos e 1,4 milhão de desabrigados, principalmente no leste e no norte.
Em meados de novembro, pelo menos 57 pessoas, 53 delas policiais, foram mortas em um ataque a uma delegacia de polícia no norte do país.
A "demissão" veio depois que o presidente disse no mês passado que o país precisava de um Executivo "mais forte", diante das manifestações antigovernamentais e da violência jihadista.
Uma semana depois, o presidente pediu um combate mais forte contra a corrupção enraizada no país.