Imunização

Campanha mundial de vacinação contra covid-19 completa um ano

Reino Unido foi o primeiro país a iniciar imunização contra a covid-19, um ano depois cerca de metade da população mundial já recebeu pelo menos uma dose em campanha marcada pela desigualdade

Em 8 de dezembro de 2020 o mundo assistia à vacinação da primeira pessoa contra a covid-19 fora de um estudo clínico. Margaret Keenan, de 90 anos, recebeu a vacina da AstraZeneca, uma das 20 atualmente em aplicação, no Reino Unido, há exatamente um ano. O país foi o primeiro a iniciar uma campanha de vacinação em massa. Um ano depois, pelo menos 68% dos britânicos estão completamente imunizados.

Prestes a completar 92 anos, Margaret se diz feliz de servir de exemplo para a população. "Estou tão feliz - estou tão feliz por ter recebido a vacina - e tem sido um ano maravilhoso, realmente", disse Margaret nesta quarta-feira (8/12) à imprensa britânica ao pedir para as pessoas aderem a imunização. "Por favor, se vacine porque ela salvará sua vida e a de seus amigos e familiares", afirmou. 

No mundo,  metade da população já recebeu pelo menos uma dose do imunizante. Porém, a campanha é marcada pela desigualdade. De acordo com dados do Our World in Data, somente 6,3% das pessoas que vivem em países de baixa renda foram imunizadas com pelo menos uma dose. Na África do Sul, local que primeiro detectou a variante ômicron, somente 25% das pessoas foram totalmente vacinadas. 

Para tentar driblar a desigualdade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lidera a iniciativa Covax,  que entregou a primeira remessa no fim de fevereiro em Gana. Porém, o mecanismo entregou apenas 591 milhões de doses a 144 países ou territórios, muito abaixo da meta de 2 bilhões estabelecida para 2021. 

O Brasil só iria iniciar a campanha de vacinação em 18 de janeiro, mas com uma boa adesão por parte da população, o país já tem 64% da população totalmente imunizada. Número maior do que o registrado pelos Estados Unidos, que começou a campanha cerca de um mês antes. 

Desafios

Um ano depois do início da imunização, a discussão nos países é em relação à aplicação de uma dose de reforço e a adesão a um passaporte da vacina. Nesta terça-feira (7/12), o Brasil rejeitou a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de barrar pessoas não imunizadas de entrarem no país. O Ministério da Saúde preferiu somente estabelecer quarentena para não imunizados, contrariando uma medida que vem sendo imposta por vários países. “Decidimos que o RT-PCR seria utilizado, como já vem sendo utilizado desde o início da pandemia. O indivíduo que vem ao Brasil tem que ter o teste negativo realizado 72h antes de embarcar. Vamos requerer que indivíduos não vacinados cumpram uma quarentena de cinco dias e, após essa quarentena, realizarão o teste”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. 

Cerca de 60 países já estão aplicando a dose de reforço, entre eles o Brasil. Até o momento, o país administrou doses em pouco mais de 8% da população. A terceira dose também está sendo aplicada pela maioria dos países ricos, todos os da Europa e América do Norte já aderiram. 

Variante ômicron

A circulação da variante ômicron colocou em alerta a comunidade científica quanto ao risco da nova cepa driblar as vacinas. Isso porquê esta variante possui o maior número de mutações registrados até aqui. Até o momento não há dados que indiquem que as vacinas diminuem sua eficácia contra a cepa, porém todas as farmacêuticas já iniciaram testes para saber como as vacinas se comportam com a ômicron. 

A OMS disse que as vacinas existentes ainda devem proteger as pessoas que contraem a variante ômicron contra casos graves de covid-19. Um estudo preliminar da Pfizer apontou que três doses do imunizante são eficazes contra a cepa. 

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