A Casa Branca criticou o Irã nesta sexta-feira (3), ao afirmar que Teerã não apresentou "propostas construtivas" às novas negociações sobre a reativação do acordo nuclear de 2015 em Viena.
"A nova administração iraniana não veio a Viena com propostas construtivas", disse a secretária de imprensa, Jen Psaki, em coletiva de imprensa.
A sétima rodada de diálogos internacionais sobre o acordo de 2015, destinado a frear o programa nuclear iraniano, se encerrou nesta sexta-feira após cinco dias. As delegações participantes voltam a seus países para novamente retomar as negociações na Áustria na semana que vem.
Em junho passado, as partes tinham se despedido com a esperança de um acordo rápido, mas a chegada ao poder do presidente ultraconservador iraniano, Ebrahim Raissi, mudou a situação.
Psaki destacou que nas primeiras seis rodadas foram feitos "progressos", mas que "o enfoque do Irã esta semana, infelizmente, foi de não tentar resolver os problemas restantes".
A secretária de imprensa destacou que o Irã "começou esta nova rodada de negociações com uma nova rodada de provocações nucleares", reportadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Na semana passada, às vésperas do diálogo, o organismo das Nações Unidas destacou que não houve "nenhum progresso" nas conversas com Teerã em disputas sobre o monitoramento do seu programa nuclear.
Segundo Psaki, o Irã "falhou novamente em restabelecer a cooperação e a transparência, que se degradaram nos últimos meses".
Além disso, a funcionária responsabilizou o governo de Donald Trump, que antecedeu o atual presidente americano, Joe Biden, por ter retirado unilateralmente os Estados Unidos do acordo.
Ela disse que esta retirada "levou a uma expansão dramática e sem precedentes do programa nuclear do Irã".
"Isto não pode continuar e o presidente continua acreditando que existe uma alternativa melhor", acrescentou.
O acordo de 2015, chamado Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), oferecia a Teerã a suspensão de parte das sanções que asfixiavam sua economia em troca de uma redução drástica de seu programa nuclear, sob controle estrito da ONU.
O pacto foi alcançado em Viena em 14 de julho de 2015entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China), além da Alemanha.
Mas o acordo está em ponto morto desde a retirada de Washington em 2018, sob a presidência de Trump, que restabeleceu as sanções econômicas contra o Irã. Em represália, o Irã rompeu progressivamente seus compromissos.
Segundo Teerã, seu programa nuclear é pacífico.
Biden afirmou que quer voltar ao acordo e que os Estados Unidos participaram indiretamente dos diálogos desta semana.
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