México e Estados Unidos concordaram em reativar parcialmente um programa do governo de Donald Trump por meio do qual os migrantes devem esperar em território mexicano pela resposta aos seus pedidos de asilo no país vizinho, informou a chancelaria nesta quinta-feira (2).
“O México decidiu que, por razões humanitárias e temporariamente, não devolverá a seus países de origem certos migrantes que têm uma audiência para comparecer perante um juiz de imigração nos Estados Unidos para solicitar asilo”, disse o ministério em um comunicado.
"Stay in Mexico" será restaurado após negociações com os Estados Unidos, onde a justiça ordenou a reimplementação da política de imigração de Trump, que devolvia os migrantes ao território mexicano, um revés para o presidente democrata Joe Biden, que encerrou essa prática quando assumiu o cargo em janeiro.
Nos Estados Unidos, o Departamento de Segurança Nacional informou que, assim que o México reativar seu programa de recebimento de migrantes, fará algumas alterações em seus protocolos de proteção de migrantes (MPP) para agilizar o processo e responder às preocupações do México.
Um dos principais compromissos dos Estados Unidos é que os processos de pedido de asilo sejam "concluídos em seis meses" a partir do momento em que o requerente é devolvido ao México e para agilizar a comunicação e informação prestada aos migrantes.
Na fronteira há migrantes que tiveram que esperar mais de um ano por suas audiências e a partir de março de 2020, devido à pandemia da covid-19, o processo foi adiado ainda mais.
Os Estados Unidos prometeram que todos os inscritos no MPP serão vacinados.
O México, que durante anos se recusou a receber migrantes de volta, aceitou as políticas de Trump após a chegada de Andrés Manuel López Obrador à presidência, em dezembro de 2018.
Com a ascensão de Biden à Casa Branca, foi reativada a entrada de migrantes, em sua maioria centro-americanos, no México com o sonho de poder ir para os Estados Unidos.
Mais de 190.000 migrantes foram detectados pelas autoridades mexicanas entre janeiro e setembro, três vezes mais do que em 2020. Cerca de 74.300 foram deportados.