O Irã anunciou, nesta quinta-feira (30), ter lançado três dispositivos de pesquisa espacial, um projeto que pode ser criticado pelo Ocidente em meio às negociações sobre o programa nuclear de Teerã.
"O lançador de satélite Simorgh enviou três equipamentos de pesquisa ao espaço", disse o porta-voz do Ministério iraniano da Defesa, Ahmad Hosseini, que foi citado pela televisão estatal.
A rede exibiu imagens do dispositivo sendo lançado de um local no deserto e celebrou "outra conquista dos cientistas iranianos".
"Os objetivos de pesquisa previstos para este lançamento foram alcançados", disse Hosseini, sem dar mais detalhes.
"Este é um lançamento preliminar e teremos lançamentos operacionais em um futuro próximo", prometeu.
A mídia local não especificou de onde a decolagem ocorreu.
Já a imprensa americana, citando especialistas e imagens de satélite, afirmou este mês que o Irã estava se preparando para lançar um foguete do centro especial de Semnan, 300 quilômetros a leste de Teerã.
Teerã havia anunciado em fevereiro o teste de um novo lançador de satélite equipado com seu motor de combustível sólido "mais potente".
O anúncio desta quinta-feira se dá após a retomada das negociações, no final de novembro e passados cinco meses de interrupção, para tentar salvar o acordo sobre o programa nuclear iraniano de 2015.
Validado pela resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, o pacto exige que o Irã "não faça qualquer atividade relacionada a mísseis balísticos projetados para transportar cargas nucleares, incluindo os disparos que recorram à tecnologia de mísseis balísticos".
Os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, lançaram seu primeiro satélite militar em abril de 2020. Na época, os Estados Unidos consideraram que este lançamento provava que o programa espacial iraniano se destinava a fins militares, e não comerciais.
De acordo com o Pentágono e imagens de satélite do centro espacial de Semnán, o Irã tentou sem sucesso lançar um satélite ao espaço em meados de junho, algo negado pela nação persa.
Em fevereiro de 2020, a República Islâmica não conseguiu colocar em órbita um satélite de observação científica, apelidado de Zafar ("Vitória" em persa).
França e Estados Unidos condenaram a manobra que, segundo eles, buscava fortalecer as competências iranianas no campo de mísseis balísticos por meio do lançamento de satélites.
Dois meses depois, em abril de 2020, a Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, lançou seu primeiro satélite militar.
Na ocasião, os Estados Unidos estimaram que o lançamento provava que o programa espacial iraniano se destinava a fins militares e não comerciais.
Os países ocidentais suspeitam de que o Irã busca desenvolver, usando a tecnologia de seus lançadores de satélites, lançadores balísticos de longo alcance capazes de transportar cargas convencionais, ou nucleares.
Teerã afirma que seus programas balísticos e espaciais não contrariam a resolução da ONU e garante não querer se munir da arma atômica.
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