Visita

Presidente palestino faz primeira visita a Israel em mais de uma década

Após receber a primeira visita oficial em vários anos do presidente palestino Mahmoud Abbas, Israel anunciou uma série de "medidas de confiança" com a Autoridade Palestina

Agence France-Presse
postado em 29/12/2021 10:42 / atualizado em 29/12/2021 10:43
Mahmoud Abbas, presidente palestino -  (crédito: Reprodução)
Mahmoud Abbas, presidente palestino - (crédito: Reprodução)

Israel anunciou nesta quarta-feira (29) uma série de "medidas de confiança" com a Autoridade Palestina, depois de receber a primeira visita oficial em vários anos do presidente palestino Mahmoud Abbas, que se reuniu com o ministro israelense da Defesa, Benny Gantz.

Na terça-feira à noite, uma delegação de altos funcionários palestinos liderada por Abbas, de 86 anos, discutiu temas de "segurança e economia" na residência de Gantz, em Rosh Haayin (centro), informaram fontes israelenses à AFP.

"Me reuni durante a noite (de terça-feira) com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Discutimos a aplicação de medidas econômicas e civis e sobre a importância de reforçar nossa coordenação de segurança", escreveu Gantz no Twitter, pouco depois do anúncio do ministério sobre o encontro.

O ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al-Sheikh, tuitou nesta quarta-feira que "Abbas se encontrou com Benny Gantz e a reunião abordou a importância de criar um horizonte político que leve a uma solução política de acordo com as resoluções internacionais".

Também discutiram as condições locais devido às "práticas dos colonos (israelenses) e a reunião abordou muitos temas de segurança, econômicos e humanitários".

Depois da chegada ao poder em junho do governo de coalizão israelense liderado pelo primeiro-ministro Naftali Bennett, vários ministros israelenses visitaram Abbas na Cisjordânia, sede da Autoridade Palestina.

Esta foi a primeira vez desde 2010 que Abbas viajou a Israel para um encontro oficial com um integrante do governo do Estado hebreu.

Na manhã desta quarta-feira, o ministério israelense Defesa afirmou que aprovou "medidas de confiança", como uma transferência antecipada para a Autoridade Palestina de 100 milhões de shekels (32 milhões de dólares) em impostos recebidos em seu nome por Israel, a concessão de 600 licenças adicionais que permitem a empresários entrar em território israelense e a regularização da situação de mais 6.000 palestinos que vivem em uma área da Cisjordânia sob controle israelense.

 

 Críticas do Likud e Hamas 

Em agosto, Gantz visitou em agosto a sede da Autoridade Palestina para conversar com Abbas, no primeiro encontro oficial deste nível em vários anos.

Mas após a visita, o primeiro-ministro israelense Bennett declarou que não há um processo de paz em andamento com os palestinos e que "não haverá".

O partido israelense Likud (direita) criticou a reunião Abbas-Gantz de terça-feira e afirmou que "é apenas questão de tempo para que sejam feitas concessões perigosas para a segurança de Israel".

"O governo israelense-palestino colocou na agenda os palestinos e Abbas. É perigoso para Israel", afirmou o Likud em um comunicado.

O movimento islamita palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza - que está sob bloqueio israelense - também criticou a reunião, por considera que se afasta do "espírito nacional de nosso povo palestino".

"Este comportamento da direção da Autoridade Palestina agrava a divisão política palestina, complica a situação palestina, estimula alguns na região que desejam normalizar (as relações) com o ocupante e enfraquece a posição palestina que rejeita a normalização com Israel", afirmou o porta-voz do Hamas, Hazem Qasem, em um comunicado.

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