Washington, Estados Unidos- O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (21) que distribuirá milhões de testes gratuitos de covid-19 diante do avanço da variante ômicron, que levou diversos governos a retomarem as restrições antes das festas de fim de ano.
Washington também informou que doará 580 milhões de dólares adicionais a organizações internacionais para combater a pandemia em vários países, enquanto Israel anunciou novas restrições de viagem para os Estados Unidos.
A variante ômicron é, hoje, a cepa de coronavírus dominante nos Estados Unidos. Na semana passada, foi responsável por 73,2% dos novos casos detectados, de acordo com dados das autoridades de saúde do país. Na semana anterior, era apenas 12,6%.
Em alguns estados, como a Flórida, a proporção de ômicron chega a 95% dos casos, informaram os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Os EUA são o país mais afetado do mundo em números absolutos, com mais de 807.000 mortes por covid-19.
Diante de tal cenário, o presidente Joe Biden anunciará nesta terça-feira novas medidas de contenção. A Casa Branca já revelou a estratégia do presidente para lutar contra o avanço da ômicron: testes gratuitos, reforço da campanha de vacinação e equipamentos adicionais para os hospitais, mas sem restrições para a população antes do Natal.
"Temos as ferramentas para superar esta onda", disse um alto funcionário da Casa Branca.
"Não há necessidade de fechar nossas escolas, nem a nossa economia", acrescentou.
O governo federal vai distribuir 500 milhões de testes gratuitos covid-19 e pretende mobilizar mil médicos, enfermeiras e agentes de saúde militares em todo país, de acordo com a necessidade, em janeiro e fevereiro. Também ampliará o alcance da campanha de vacinação.
Além disso, Washington destinará US$ 580 milhões para organizações internacionais, principalmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), para a luta contra a covid em um momento de propagação da ômicron, informou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.
Dados preliminares sugerem que a ômicron, detectada em dezenas de países após ter sido registrada na África do Sul em novembro, pode ser mais infecciosa e ter possivelmente uma resistência maior às vacinas. Até o momento, indícios apontam, porém, que não é mais grave do que a variante delta.
- "Celebrar tarde" -
Diante dos temores com a propagação da ômicron, Israel voltou a adotar restrições.
Um comitê parlamentar proibiu nesta terça que cidadãos e residentes viajem para os Estados Unidos, ao incluir o país em uma lista de mais de 50 nações que conta com Bélgica, Canadá, Alemanha, Hungria, Marrocos, Portugal, Suíça e Turquia.
Hong Kong também endureceu as regras de entrada na ilha para pessoas procedentes do exterior, ao incluir o Reino Unido em uma lista com 12 países africanos e os Estados Unidos: os viajantes procedentes destas nações devem respeitar uma quarentena.
A Holanda iniciou um novo confinamento. Paris e Londres cancelaram as festas oficiais de Ano Novo com fogos de artifício.
"É melhor celebrar tarde do que celebrar agora e lamentar depois", declarou na segunda-feira o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao pedir aos países que intensifiquem os esforços para acabar com a pandemia e cancelar as celebrações de fim de ano.
Na Alemanha, o governo pretende endurecer as restrições, de acordo com um projeto de lei ao qual a AFP teve acesso e que deve ser discutido em uma reunião de emergência entre o governo federal e as 16 regiões alemãs.
A partir de 28 de dezembro, as pessoas vacinadas, ou que superaram a covid-19, não poderão receber em suas casas mais de dez convidados e todos deverão estar imunizados, segundo o texto. A permissão cai para um máximo de duas pessoas para os não vacinados.
Os eventos esportivos, como as partidas do campeonato alemão de futebol, acontecerão sem a presença de torcedores, assim como as manifestações culturais, de acordo com outro texto. Os cinemas aceitarão apenas a presença de pessoas vacinados, ou curadas, e as casas noturnas permanecerão fechadas.
A maior economia da Europa enfrenta um avanço da epidemia.
- Casos em cidade chinesa -
O diretor da OMS anunciou o objetivo de acabar com a pandemia no próximo ano, "garantindo que 70% da população de todos os países esteja vacinada" até meados de 2022.
Os esforços foram ampliados na segunda-feira (20), depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) aprovou a vacina anticovid do laboratório americano Novavax. Este imunizante usa uma tecnologia mais convencional, em comparação com as de outros fármacos já autorizados.
A pandemia provocou mais de 5,36 milhões de mortes no planeta desde que a OMS detectou a covid-19 na China, no fim de dezembro de 2019.
Desde então, a epidemia foi praticamente erradicada da China, graças a medidas drásticas adotadas pelo governo. Nesta terça, porém, a cidade de Xi'an (norte) iniciou uma campanha de testes para detectar o coronavírus em milhões de moradores, depois de registrar mais de 40 novos casos de covid.
Saiba Mais
- Mundo Ex-padre americano é condenado no Timor por abusos sexuais a menores
- Mundo Inundações na Malásia deixam 14 mortos e 70.000 desabrigados
- Mundo Novo modelo matemático estima impacto da 3ª dose da vacina contra ômicron no Reino Unido
- Mundo Elon Musk diz que pagará US$ 11 bi em impostos neste ano
- Mundo Desde a chegada do Talibã, em agosto, 43% dos veículos de comunicação fecharam
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.