Oecusse, Timor Leste- Um ex-padre americano foi condenado, nesta terça-feira (21), a 12 anos de prisão por abuso sexual de crianças de um orfanato fundado por ele no Timor Leste, após um processo que dividiu este país profundamente católico.
Pelo menos 15 mulheres acusaram Richard Daschbach, de 84 anos, de tocá-las e forçá-las a ter relações sexuais quando crianças, nesta instituição católica em Oecusse, um enclave do Timor na Indonésia.
Os juízes do tribunal distrital de Oecusse consideraram o ex-padre de Pittsburg culpado de vários crimes de abuso infantil neste estabelecimento fundado na década de 1990 para abrigar centenas de crianças órfãs e pobres.
A pena inicial era de 37 anos de prisão, mas os juízes reduziram a sentença, devido à sua idade avançada.
"Richard Daschbach foi condenado a 12 anos por crimes sexuais contra menores, levando-se em conta a idade do acusado", afirmou o presidente do tribunal, Yudi Pamukas.
Os juízes solicitaram sua prisão imediata para evitar uma eventual fuga.
O tribunal também condenou as autoridades do Timor a indenizarem as vítimas destes abusos.
Várias vítimas acusaram o padre, presente no tribunal para o veredicto, de elaborar listas de crianças que tinham de passar a noite com ele e de múltiplos estupros e abusos.
Parte da população diz duvidar dos testemunhos, muitas vezes de vítimas não identificadas que temem represálias.
O caso dividiu profundamente esta ex-colônia portuguesa, com 97% de sua população católica, na qual o ex-religioso, expulso pelo Vaticano em 2018, era muito respeitado.
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