O mais jovem presidente da história do Chile tem 35 anos e ascendeu na política nacional como um ativista de esquerda que deseja, desde muito cedo, ver um país com bem-estar social. Boric vinha crescendo como figura pública desde 2011, quando liderou protestos estudantis pelo ensino gratuito, em um dos países com educação mais cara do mundo. "Nossa geração irrompeu na política em 2011, livrando-se um pouco dos medos que a ditadura havia gerado e dos pactos da transição", disse o então candidato em entrevista à agência France Presse.
A maior crítica que faz ao regime democrático em que cresceu, já que nasceu em 1986, é a manutenção do modelo econômico instaurado na ditadura do general Augusto Pinochet. Segundo Boric, esse "fez do Chile um país individualista, com uma classe média e baixa endividada para pagar por educação, saúde e aposentadorias privadas".
À sua época como dirigente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, há 10 anos, Boric atribui o início dos questionamentos a um modelo que era importante "contestar para tornar o Chile um país mais justo". Naquela época, a democracia chilena tinha apenas 20 anos e os estudantes passaram a "questionar por que aquilo que acreditávamos que deveriam ser direitos sociais estavam privatizados".
Durante a agitação social que abalou o Chile em outubro de 2019, Boric teve papel protagonista, ao firmar o acordo político para convocar um plebiscito para reformar a Constituição herdada da ditadura. Na reta final da corrida eleitoral, o jovem candidato trocou a imagem de universitário rebelde pela de um aluno comportado, coerente com o tom moderado e negociador da nova fase.
Solteiro e oriundo de Punta Arenas, no extremo sul do país, Boric cresceu no seio de uma família simpática aos partidos Socialista e Democrata-Cristão, e é conhecido por ser um ávido leitor.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.