O gabinete do primeiro-ministro britânico não vai ter festa de Natal este ano, assegurou nesta sexta-feira (10) o porta-voz do premier, Boris Johnson, que enfrentou uma revolta popular por acusações de que seu pessoal furou o confinamento no ano passado.
"Não há nenhum plano" de comemoração em Downing Street, afirmou o porta-voz, vinculando a decisão ao reforço das medidas anunciadas na quarta-feira para conter o avanço da variante ômicron do coronavírus.
"Penso que deixamos claro que a situação com a ômicron nos deixa muito ocupados neste momento", acrescentou.
O anúncio ocorre apesar de Johnson ter dito especificamente na quarta-feira que espera que as pessoas mantenham os planos de comemorações natalinas e outros eventos festivos, mas com prudência.
A partir da segunda-feira, todos os que puderem deverão voltar a trabalhar de casa na Inglaterra, o que levará muitas empresas a cancelar ceias e comemorações, acertando um duro golpe no setor hoteleiro.
Johnson está sob enorme pressão desde que a imprensa noticiou que os funcionários de Downing Street celebraram no ano passado uma festa ilegal em um momento em que as restrições contra a covid-19 proibiam reuniões em espaços fechados em Londres.
Além de comer e beber, diz-se que os colaboradores do primeiro-ministro fizeram brincadeiras e trocaram presentes em uma reunião noturna em 18 de dezembro de 2020, e que o então diretor de comunicações de Johnson, Jack Doyle, discursou.
Um dia depois, Johnson impôs a toda a capital e ao sudeste da Inglaterra o lema "fique em casa" e os britânicos tiveram que cancelar seus planos de comemorações natalinas com família e amigos.
Johnson afirmou no Parlamento que lhe asseguraram que ele não tinha infringido nenhuma norma e determinou uma investigação interna.
Mas seu ex-porta-voz acabou pedindo demissão após o vazamento de um vídeo em que aparecia brincando durante um ensaio de coletiva de imprensa sobre a suposta festa, tentando encontrar o que dizer a respeito, caso fosse inquirido pela imprensa.
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