Denuncia

Borrell denuncia o uso de migrantes como 'armas' contra a UE

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou o uso de migrantes como "armas" contra a União Europeia

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, lamentou nesta segunda-feira(29) o uso de migrantes como "armas" contra a União Europeia, se referindo à recente crise migratória na fronteira com Belarus.


"Muitos de vocês ajudaram muito a conter esse fluxo de pessoas que estavam sendo usadas como bala contra as fronteiras europeias. Elas foram usadas como armas", disse Borrell.


Desta forma, o diplomata agradeceu aos vizinhos mediterrânicos do bloco pela sua solidariedade face à crise em Belarus, durante a abertura do sexto fórum regional da União para o Mediterrâneo (UpM), em Barcelona.


“Não podemos permitir que essas coisas aconteçam”, acrescentou Borrell, perante as delegações dos 42 países da UpM, cerca de vinte dos quais foram representados por seus chanceleres.


Desde este verão, milhares de pessoas, principalmente do Oriente Médio, foram bloqueadas na fronteira entre Belarus e a Polônia.


De acordo com a mídia polonesa, pelo menos doze morreram em ambos os lados da fronteira.


O Ocidente acusa o governo de Belarus de ter causado esta crise migratória em retaliação às sanções impostas ao Executivo de Alexander Lukashenko devido à repressão às manifestações.


Belarus nega e critica os países da União Europeia por não atenderem aos migrantes.


A questão dos fluxos migratórios, especialmente na área sensível do Mediterrâneo, esteve muito presente durante a reunião da UpM, liderada por Borrell e o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, copresidentes do fórum regional.


“Os refugiados não devem se tornar as vítimas esquecidas da tragédia na Síria. O apoio internacional aos refugiados está diminuindo e a carga sobre os países anfitriões está crescendo”, alertou Safadi, lembrando que a Jordânia é o lar de 1,3 milhão de refugiados sírios.


“É uma situação inadmissível com graves repercussões”, destacou. Quem não esteve no encontro de Barcelona, que este ano bateu recorde de presença, foram os ministros de Marrocos e da Argélia, países que vivem um momento diplomático muito delicado.


Ambos enviaram representantes de escalões inferiores, mas sua ausência não incomodou o chefe da diplomacia espanhola, anfitrião da reunião.


“Argélia e Marrocos estiveram extraordinariamente representados e participaram muito ativamente na reunião de hoje”, defendeu José Manuel Albares.


Focada na cooperação, a UpM costuma encerrar suas reuniões sem declarações finais. Fazem parte da organização os 27 membros da União Europeia, além de 15 países do sul e do leste do Mediterrâneo.

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