Roma, Itália- França e Itália assinaram nesta sexta-feira (26) em Roma, em uma cerimônia solene, um tratado bilateral de cooperação reforçada que visa consolidar a relação mútua e fundamental para fortalecer a União Europeia (UE).
O tratado foi assinado pelo chefe de Governo italiano Mario Draghi e o presidente francês Emmanuel Macron no palácio presidencial do Quirinal, na presença do presidente da República italiana Sergio Mattarella.
O novo tratado marca um novo início para os dois países após as divergências diplomáticas e estimula a política da UE em um momento complicado para o bloco.
"Este é um momento histórico para França e Itália", declarou Draghi durante uma entrevista coletiva conjunta, na qual recordou os valores e as personalidades que unem os dois países.
"Se abre um novo capítulo histórico (..) para nossas ambições no âmbito da Europa", disse parte Macron, que ressaltou a "visão geopolítica comum".
Por ocasião da assinatura, patrulhas aéreas da França e da Itália sobrevoaram os céus da capital, deixando uma coluna de fumaça com as cores dos dois países.
A assinatura de um "tratado de cooperação bilateral reforçada", mais conhecido como Tratado do Quirinal, é algo incomum entre países da União Europeia.
Para a França este é o segundo tratado do tipo desde o assinado em 1963 com a Alemanha e corroborado em 2019.
O tratado tem como objetivo intensificar a cooperação em todos os setores, da política externa, de defesa e segurança, até migração, economia, pesquisa, cultura e questões entre fronteiras.
O novo pacto, que era elaborado desde 2017, teve que ser congelado com a chegada ao poder na Itália em 2018 do então partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), cujo líder da época, Luigi Di Maio, atual ministro das Relações Exteriores, criticava abertamente Macron e apoiava o movimento de protesto dos "coletes amarelos" na França.
No início de 2019, a França chegou a convocar sem embaixador em Roma, um gesto que não acontecia desde a Segunda Guerra Mundial.
França e Itália, segunda e terceira maiores economias da zona do euro, atrás apenas da Alemanha, representam quase um terço dos cidadãos da UE e de seu PIB.