Aliado do ex-presidente dos EUA Donald Trump, Steve Bannon se entregou na manhã de segunda-feira (15/11) às autoridades policiais na capital dos Estados Unidos, Washington D.C..
A prisão de Bannon ocorreu três dias depois de seu indiciamento por desacato ao Congresso americano, após ele ter se recusado a testemunhar e a entregar documentos sobre a invasão ao Capitólio (sede do legislativo americano em Washington D.C.) por apoiadores do então presidente Trump, ocorrida em 6 de janeiro.
Bannon converteu a própria prisão em um evento para seus apoiadores. Ao vivo, em frente ao prédio do FB,I ele falou para a rede social GETTR, comandada pelo ex-porta voz de Trump Jason Miller e que se afirma defensora da liberdade de expressão de direitistas.
"Não quero que ninguém tire os olhos do que estamos fazendo todos os dias, estamos derrubando o regime Biden. Permaneçam focados na mensagem. Isso tudo é barulho", afirmou Bannon, que deve ter ainda nesta segunda-feira sua primeira audiência judicial.
No último fim de semana, Trump saiu em defesa de seu ex-assessor, a quem deu perdão judicial em seu último dia como presidente.
"Esse país talvez nunca tenha feito com ninguém o que faz com Steve Bannon", afirmou Trump, chamando os Estados Unidos de uma "bagunça radicalizada".
Trump luta na justiça pra impedir que documentos produzidos na Casa Branca durante a insurgência de 6 de janeiro sejam disponibilizados para a investigação do Congresso.
Papel de Bannon na invasão do Capitólio é investigada
A denúncia contra Bannon foi apresentada pelo procurador-geral Merrick Garland e acatada por uma corte federal.
Uma comissão que investiga os acontecimentos de 6 de janeiro havia convocado e cobrado informações de Bannon buscando apurar o envolvimento dele com a invasão ao Capitólio.
Na ocasião, apoiadores de Trump invadiram o local na véspera da certificação da vitória do atual presidente, o democrata Joe Biden.
Cinco pessoas morreram em decorrência dos conflitos e mais de 670 foram acusadas na Justiça por envolvimento na invasão.
O advogado de Bannon havia justificado o não cumprimento das solicitações do Congresso afirmando que o sigilo do conteúdo da comunicação com presidentes como Trump é protegido pelo "privilégio executivo".
As autoridades americanas suspeitam que Bannon possa ter tido papel em organizar a invasão do Capitólio, já que um dia antes do episódio ele afirmou aos seus seguidores: "Todo o inferno vai explodir". Ele diz ter sido mal interpretado e se recusou a se explicar aos congressistas.
O caso ainda será julgado e, se condenado, ele poderá receber duas penas, cada uma delas prevê de 1 mês a 1 ano de prisão, além de multa de até US$100 mil (R$ 545 mil).
Leal a Trump e próximo de Bolsonaro
Bannon, de 67 anos, foi demitido da Casa Branca por Trump em 2017. Ele era até então assessor presidencial.
Mas ele se manteve leal ao republicano e segue próximo a Trump, que pode tentar voltar à Casa Branca em 2024.
Bannon também entusiasta da família Bolsonaro no Brasil e já declarou que as eleições brasileiras em 2022 são o segundo pleito mais importante do mundo atrás apenas das eleições ao Congresso americano.
Bannon apoiou publicamente a campanha de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, e já teve vários encontros com o filho do presidente brasileiro e deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Na véspera das eleições de 2018, Eduardo Bolsonaro postou uma foto com Bannon e escreveu: "Ele disse ser um entusiasta da campanha de Bolsonaro e estamos definitivamente em contato para juntar forças, especialmente contra o marxismo cultural".
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