O Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira (12) a resolução que renova por um ano a missão de paz da organização na República Centro-Africana (Minusca).
A resolução foi aprovada por 13 dos 15 integrantes do Conselho, já que Rússia e China se abstiveram por não terem ficado satisfeitos com a redação do texto feita pela França.
AMinusca, uma das maiores missões da ONU, continuará suas operações com um máximo de 14.400 soldados e 2.420 policiais, segundo o texto. Além disso, o reforço nas tropas decidido há quase um ano para as eleições foi confirmado por mais 12 meses.
Os Estados Unidos lamentaram, através de seu embaixador Richard Mills, ofato de otexto não mencionaras acusações de violações aos direitos humanos formuladas pela ONU contra o grupo Wagner, uma empresamilitarprivada da Rússia que conta com o apoio de Moscou e que enviou efetivos ao país a pedido das autoridades centro-africanas.
Também criticou o fato de a resolução não ter mencionado o ataque de 1º de novembro contra um ônibus das forças de paz egípcias, que deixou 10 feridos, por parte da guarda do presidenteFaustin-ArchangeTouadéra.
A guarda justificou os disparos afirmando que os soldados egípcios haviam feito fotos da residência do chefe de Estado, o que é proibido, e se negaram a deter seu veículo.A ONU pediu uma investigação dos fatos.
A embaixadora adjunta da Rússia na ONU, AnnaEvstigneeva, explicou que seu país se absteve da votação devido aos "escândalos" que afetaram aMinusca, desde "violência sexual" até "contrabando de recursos naturais", do qual recentemente foram acusados soldados portugueses.
"Não podemos dizer que o trabalho realizado [pelaMinusca] é profissional e competente", disse a diplomata russa, quetambém rechaçou as críticas dos EUA, queclassificou de"acusações espúrias e infundadas" contra os "instrutores" russos enviados à República Centro-Africana que, segundo ela, fazem um trabalho fundamental para a estabilidade do país.
A China, por sua vez, justificou sua abstenção pela ausência no texto de uma referência à necessidade de que os líderes do paísafricanosejam respeitados.