O Oriente Médio está aquecendo em um ritmo duas vezes mais rápido que a média mundial.
Um dos países da região, o Kuwait, foi o lugar mais quente da Terra em julho de 2021, com temperaturas acima dos 53ºC.
No emirado, o famoso meteorologista Essa Ramadhan estudou dados sobre o clima do país que datam dos anos 1950 e detectou um aquecimento significativo nos últimos anos.
"Quando chegamos ao ano 2000, notamos um aumento de um grau na temperatura média. Desde 2016, começamos a registrar 50ºC repetidas vezes, o que não tínhamos documentado antes. É uma mudança muito rápida. Essa mudança está assustando a todos nós", explica.
O Kuwait tem 100% de sua matriz energética e 89% de suas importações vindas de combustíveis fósseis, que impulsionam as mudanças climáticas em todo o mundo.
Preocupada com a crise, a aposentada Om Naief decidiu tentar plantar árvores no solo arenoso e conseguiu.
"Falei com especialistas. Todos eles disseram que era impossível plantar qualquer coisa na areia. Então eu quis fazer algo que surpreenderia todo mundo", relata a ex-funcionária pública.
Ela usa o próprio dinheiro para manter a área verde que criou – e que pode servir de inspiração para abaixar as temperaturas em um país que já sofre com as consequências do calor insuportável.
Prova disso é o caso da influenciadora digital Ascia Alshammiri.
Ela tenta dar aos filhos uma infância saudável, mas o calor escaldante muitas vezes impede qualquer atividade ao ar livre.
Em uma tentativa de amenizar o problema, ela montou brinquedos dentro da própria casa.
"Se você não mora aqui e não é afetado por isso todos os dias, esquece que isso está acontecendo. Mas está, e é assustador", diz ela sobre as mudanças climáticas, que podem deixar seu país inabitável.
Neste vídeo da série "Vida a 50ºC", a BBC investiga como o calor extremo torna as condições de vida cada vez mais hostis no Kuwait, um dos países mais quentes do Oriente Médio.
Confira.
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