O ex-presidente americano Barack Obama declarou nesta segunda-feira (8) durante a COP26 que "a maioria dos países fracassou" com as metas do Acordo de Paris de 2015 contra as mudanças climáticas.
Obama foi um dos principais impulsionadores do Acordo de Paris, que estabeleceu a meta de +2°C como limite para o aquecimento global, e de 1,5°C como meta desejável, valor que ainda está em debate na conferência de Glasgow.
"Não fizemos o suficiente para enfrentar esta crise", disse Obama a delegados de quase 200 países. "Teremos que fazer mais e isso dependerá muito de você", disse.
As emissões de gases de efeito estufa continuaram aumentando no mundo, apesar dos compromissos e dos novos cortes anunciados pela comunidade internacional antes de Glasgow.
"De um certo ponto de vista, o acordo foi um sucesso", disse Obama. "Mas ainda não chegamos onde devíamos estar".
"Parte do nosso progresso estagnou", disse Obama, referindo-se diretamente à decisão de seu sucessor, Donald Trump, de se retirar do Acordo de Paris, que deixou o Estados Unidos fora das negociações por três anos.
O ex-presidente também mencionou China e Rússia, cujos líderes, ele criticou, mostraram "uma perigosa falta de urgência" quando se trata de colaborar na luta.
“Precisamos de economias avançadas, como Estados Unidos e União Europeia, para liderar isso, mas já conhecem os fatos”, arriscou. “E também precisamos da liderança da China e da Índia”.
A cooperação internacional diminuiu, ele afirma. “Mas há uma questão que deve transcender nossa agenda política diária. E essa questão é a mudança climática".
Os Estados Unidos, segundo maior poluidor do planeta atrás da China, planeja atingir a neutralidade de carbono até 2050.