Cisjordânia

Adolescente palestino morre na Cisjordânia pelas mãos do exército israelense

Um adolescente palestino morreu pelas mãos do exército israelense durante confrontos à margem de um protesto no norte da Cisjordânia

Um adolescente palestino morreu nesta sexta-feira (5) pelas mãos do exército israelense durante confrontos à margem de um protesto no norte da Cisjordânia ocupada, informou o Ministério da Saúde palestino.


Mohammed Daadas, de 13 anos, foi baleado no estômago pelas forças israelenses na aldeia de Deir al-Hatab, perto de Nablus, disse o ministério à AFP. O jovem chegou a ser hospitalizado com parada cardíaca, mas não resistiu, disse a fonte.


Contatado pela AFP, o exército israelense disse que estava "avaliando" as circunstâncias do incidente.


As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) acrescentaram que houve "distúrbios" em uma rua adjacente ao assentamento de Elon Moreh, no nordeste de Nablus, e que respondeu com "meios antidistúrbios e munição real" contra "lançamentos de pedras dirigidos aos soldados".


Tradicionalmente às sextas-feiras, dia de descanso semanal para os muçulmanos, os palestinos da Cisjordânia ocupada se manifestam contra a expansão das colônias israelenses, consideradas ilegais pelo direito internacional.


Muitas vezes, esses protestos acabam em confrontos com o exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967.


Em Beita e em Beit Dajan, a agência oficial palestina Wafa informou que cinco palestinos ficaram feridos durante as manifestações desta sexta-feira.


Há meses, Beita é palco de manifestações contra uma colônia israelense instalada nas redondezas. Os protestos costumam resultar em confrontos com o exército israelense, provocando mortes.


Israel aprovou na semana passada a construção de 3.000 novas residências para colonos judeus na Cisjordânia ocupada, apesar das "fortes" críticas à política de assentamentos de Israel por parte do governo de Joe Biden em Washington.


Cerca de 475.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia, junto a 2,8 milhões de palestinos.


Apesar de ser considerada ilegal pelo direito internacional, a colonização israelense foi continuada sob todos os governos da nação judaica desde 1967.


Nos últimos anos, essa política foi acelerada por influência do ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Contudo, seu sucessor, Naftali Bennett, lidera uma coalizão heterogênea desde meados de junho, que reúne partidos que vão desde a direita radical até a esquerda, que apoia a paralisação da expansão dos assentamentos.

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