Os habitantes de Minneapolis votam nesta terça-feira (2) um plano para reformar a polícia desta cidade do norte dos Estados Unidos, onde há quase um ano e meio um policial branco matou o afro-americano George Floyd, pressionando o joelho contra seu pescoço.
Eles decidirão se querem "substituir os serviços policiais por serviços de segurança pública" que se concentrem mais na prevenção do crime nessa metrópole, palco das principais manifestações antirracistas de 2020.
O resultado da votação se anuncia acirrado em um país onde os homicídios estão aumentando (+30% em 2020).
O objetivo da reforma é oferecer uma "abordagem de saúde pública" a este novo serviço que contrataria assistentes sociais e pessoal médico para resolver algumas situações, como as de pessoas em estado de embriaguez ou com transtornos psiquiátricos.
Caso seja aprovado, o novo serviço seria supervisionado pelo conselho municipal e pelo prefeito, não só por este último como ocorre atualmente. Além disso, a cidade deixaria de ser obrigada a alocar um orçamento mínimo para a polícia e de ter uma quantidade mínima de efetivos.
De qualquer maneira, Minneapolis deveria ter atualmente 1,7 policiais a cada 1.000 habitantes, ou seja, 730 agentes, mas faltam quase cem.
Depois do assassinato de George Floyd em maio de 2020, a prefeitura anunciou que queria "desmantelar" a polícia. Em outras cidades do país também houve apelos para "reduzir os fundos" das forças de segurança.
Em plena campanha para as presidenciais de 2020 e diante do aumento dos homicídios, os republicanos acusaram os democratas de serem pouco rigorosos e os apelos de redução caíram no esquecimento.
O projeto de reforma da polícia de Minneapolis, que deveria ter sido votado há um ano, também foi interrompido até que uma petição assinada por mais de 20.000 pessoas o ressuscitou neste ano.
Sob o slogan "Yes 4 Minneapolis", várias organizações apoiaram a iniciativa, que conta também com o respaldo da congressista Ilhan Omar, da esquerda democrata.
O prefeito da cidade, Jacob Frey, cujo mandato está em jogo nesta terça-feira, o governador Tim Walz e a senadora Amy Klobuchar, todos eles também democratas, criticam o projeto por considerá-lo impreciso e arriscado.
Segundo uma pesquisa da imprensa local, 49% dos habitantes de Minneapolis são a favor da reforma e 41% contra. Entre a população negra - muito afetada pelo aumento dos homicídios - 42% apoia e 47% rejeita o projeto.
Na outra ponta do país, os habitantes de Austin, Texas, também votam nesta terça-feira uma reforma policial, mas nesse caso para aumentar o número de policiais.