O ex-presidente da Geórgia, Mikheil Saakachvili, que está preso, denunciou nesta segunda-feira(29) que foi vítima de "torturas", ao depor em um tribunal sob a acusação de abuso de poder, que classifica como "política".
Esta é a primeira aparição no tribunal do ex-líder deste país do Cáucaso, agora chefe da oposição, após sua prisão em 1º de outubro, quando retornou à Geórgia após oito anos no exílio.
Saakachvili, presidente de 2004 a 2013, e também uma figura política na Ucrânia, fez greve de fome por 50 dias para protestar contra sua prisão.
Ele começou a ser realimentado após ser transferido para um hospital militar no dia 20 de novembro, porque os médicos consideraram que sua vida estava em perigo.
“Todos sabem que eu não deveria estar na prisão porque todas as acusações contra mim são fabricadas e politicamente motivadas”, acusou Saakachvili, com o rosto pálido, no tribunal municipal de Tbilissi.
“Fui torturado, tratado de forma desumana, espancado e humilhado” durante a detenção, disse o ex-presidente de 53 anos, que perdeu cerca de 20 quilos em sua greve de fome.
De acordo com organizações de direitos humanos da Geórgia, Saakachvili sofreu "tortura psicológica" durante sua prisão.
O processo desta segunda-feira julga o suposto papel do ex-presidente na violenta repressão às manifestações da oposição em 2007, quando era chefe de Estado.
Na época, Saakachvili admitiu que a polícia havia usado força excessiva. Ele renunciou e convocou eleições antecipadas, que venceu.
Saakashvili, alinhado com o Ocidente, é uma figura carismática adorada e criticada. Por um lado, é conhecido por ter lutado com eficácia contra a corrupção. Por outro, ele é criticado pela desastrosa guerra de 2008 contra a Rússia.
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