A afegã Sharbat Gula, que ficou conhecida mundialmente por estampar a capa da revista National Geographic, em 1985, conseguiu exílio na Itália após deixar o Afeganistão com a tomada do país pelo Talibã em agosto. A Itália é um dos países europeus que mais têm recebido refugiados afegãos fugindo do regime.
Em um comunicado, emitido nesta quinta-feira (25/11), o governo italiano disse que a organização da retirada da afegã do país ocorreu depois que ela pediu exílio por meio de organizações sem fins lucrativos. Ainda segundo o comunicado, Gula está em Roma e o governo da Itália irá dar suporte para a integração dela no país.
A afegã de olhos verdes ficou conhecida depois de pousar para o fotógrafo Steve McCurry em um campo de refugiados em Pexauar, no Paquistão, quando ela tinha apenas 12 anos. Na época, Sharbat Gula deixou o Afeganistão devido aos conflitos que o país vivia com a ocupação soviética. Sharbat Gula ficou órfã com apenas seis anos e foi a pé para o Paquistão com seus irmãos e sua avó.
Steve McCurry, inclusive, que ajudou no resgate de Sharbat Gula. Pelas redes sociais, ele agradeceu, nesta sexta-feira, ao governo italiano pela ajuda. "Minha irmã Bonnie e eu temos o prazer de anunciar que, junto com a instituição de caridade britânico-americana Future Brilliance e sua fundadora, Sophia Swire, o apoio do governo italiano e a plataforma Metagood, NFT for Social Good, estivemos capaz de trazer o símbolo dos refugiados afegãos, Sharbat Gula, para a segurança. Agradecemos este gesto", disse.
A capa de 1984 se tornou uma das mais conhecidas da revista. A fotografia chegou a ser comparada com a Mona Lisa, quadro de Leonardo da Vinci. "Sharbat Gula adquiriu notoriedade mundial, a ponto de simbolizar as vicissitudes e conflitos da fase histórica pela qual o Afeganistão e seu povo estavam passando", destaca o comunicado da Itália.
Steve McCurry voltou a encontra-la em 2002, quando ela vivia em Nasir Bagh, no Paquistão. Sharbat Gula deixou o país e voltou para o Afeganistão em 2016 depois que o governo paquistanês a acusou de comprar uma identidade falsa para ficar no país. De volta ao país natal, ela ganhou uma casa do governo afegão e um salário de aproximadamente R$ 2.400 mensais.
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