A prisão de Steve Bannon, ex-conselheiro político de Donald Trump, guru da direita radical e aliado da família Bolsonaro, durou poucas horas. O juiz federal Robin Meriweather o liberou, sem pagamento de fiança, mas fez uma série de exigências ao direitista. Bannon é investigado por desacato ao Congresso dos Estados Unidos, após ter se recusado a cooperar com a investigação do ataque ao Capitólio, que ocorreu em 6 de janeiro de 2021, por apoiadores de Donald Trump.
Steve responderá em liberdade. Ele concordou em fazer uma verificação semanal com funcionários do tribunal, a entregar o passaporte e notificar qualquer viagem dentro do país. Bannon só poderá fazer viagens internacionais se a Justiça autorizar.
A comissão de investigação do ataque ao Capitólio quer que Bannon deponha por acreditar que ele "tinha algum conhecimento prévio dos acontecimento extremos que aconteceram" no dia 6 de janeiro. Cinco pessoas morreram no ataque e mais de 570 respondem judicialmente pelo crime.
A denúncia contra Bannon foi feita pelo procurador-geral Merrick Garland e acatada pela corte federal. O julgamento por desacato levará em consideração a recusa de Bannon em comparecer em uma sessão com o comitê da Câmara que investiga o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.
Bannon também é acusado de não entregar documentos solicitados pelo Congresso que podem conter informações sobre o ataque. Cada acusação prevê prisão de 30 dias até um ano, assim como multa de até 100 mil dólares.
Ao ser liberado, Bannon declarou que a equipe dele “seguirá para o ataque”. Do lado dele estava David Schoen, advogado que defendeu Trump no segundo julgamento de impeachment sofrido pelo ex-presidente. Schoen disse que Bannon não compareceu às audiências marcadas pelo comitê da Câmara porque seguia a instrução do advogado que o estrategista tinha na época.
Trump saiu em defesa do ex-assessor, a quem deu perdão judicial no último dia como presidente dos EUA. "Esse país talvez nunca tenha feito com ninguém o que faz com Steve Bannon", afirmou Trump, chamando os EUA de uma "bagunça radicalizada".
Trump luta na justiça para impedir que documentos produzidos na Casa Branca durante a insurgência de 6 de janeiro sejam disponibilizados para a investigação do Congresso.
Bannon é considerado como uma espécie de guru da direita radical. Além de ter trabalhado diretamente com Trump, ele foi editor chefe do site de ultradireita Breitbart News, é entusiasta do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e se encontrou diversas vezes com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL).
“Estamos derrubando o regime Biden”, disse Bannon antes de se entregar
A prisão de Bannon foi arquitetada como um evento para os seguidores do homem. Antes de ir até o escritório do FBI, ele fez uma live nas redes sociais e pediu que os apoiadores “mantenham o foco”.
"Não quero que ninguém tire os olhos do que estamos fazendo todos os dias, estamos derrubando o regime Biden. Permaneçam focados na mensagem. Isso tudo é barulho", disse.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.