A partir desta segunda-feira (15/11), cerca de 2 milhões de austríacos e moradores da Áustria que não se vacinaram contra a covid-19 só poderão sair de casa para trabalhar, receber atendimento médico ou comprar comida. O novo lockdown nacional específico para não vacinados foi decretado neste domingo (14/11) pelo governo local e tem duração inicial de 10 dias. O objetivo é frear os novos recordes de infecções da doença.
Nos últimos sete dias, a taxa de infecção do país é de mais de 800 casos por 100 mil pessoas, uma das médias mais altas da Europa. No sábado, o governo austríaco registrou um recorde de 11.975 novos casos. “Não estamos dando esse passo levianamente, é necessário”, pontuou o chanceler Alexander Schallenberg a BBC.
O lockdown não engloba crianças menores de 12 anos ou pessoas infectadas com o vírus recentemente. A decisão é inédita e vem complementar outras medidas anteriores, como a restrição de não vacinados a restaurantes, cabeleireiros e cinemas.
“Na realidade, dissemos a um terço da população: você não deixará mais seu apartamento, exceto por certas razões. Essa é uma redução maciça nos contatos entre vacinados e não vacinados”, frisa o chanceler.
Políticos da extrema direita reagiram negativamente à medida e afirmaram que o decreto “criará um grupo de cidadãos de segunda classe”.
Novas medidas também são estudadas por países vizinhos
A Alemanha, que tem fronteira com a Áustria, também vive um novo momento de crise. No sábado (13/11), a chanceler Angela Merkel pediu que os cidadãos “relutantes” tomassem a vacina e disse que “é necessário um esforço nacional” para acabar com a nova onda de covid-19, a quarta desde o início da pandemia.
"Estou muito preocupada com a situação. Nós enfrentamos semanas difíceis. Precisamos de um esforço nacional para acabar com a forte onda de outono e inverno (hemisfério norte, primavera e verão no Brasil) da pandemia", afirmou a chanceler em seu podcast semanal.
No dia da declaração de Merkel, o país registrou 45 mil novos contágios e 228 mortes. Na quinta-feira (11/11), foram 50,1 mil casos, um recorde desde o início da pandemia. De acordo com o governo, 67,4% da população está completamente vacinada, longe da meta estabelecida de 75%.
Já a Holanda decretou um lockdown parcial, com o fechamento antecipado de restaurantes e lojas e a proibição de torcedores em eventos esportivos. O país tem 84% de adultos totalmente vacinados, mas a maioria dos pacientes em hospitais não recebeu a vacina.
A Letônia levou as restrições para o patamar político: a nação proibiu políticos do Legislativo que se recusam a vacinar de votar projetos de lei e de participar de debates até os primeiros meses de 2022. Os salários deles também serão reduzidos durante o verão (dezembro a março de 2022).
No fim de outubro, lojas, restaurantes e escolas de Moscou, na Rússia, foram fechadas em um bloqueio parcial, os trabalhadores receberam 9 dias de férias pagas para conter infecções. O país tem apenas 35% da população totalmente vacinada.
Outras nações do globo também preparam regras mais rígidas para não vacinados. Na Austrália, o estado de Queensland irá barrar esse público em restaurantes, pubs e eventos esportivos a partir de 17 de dezembro. Também no último mês de 2020 começará o decreto de Cingapura que prevê a não vacinados os pagamentos das próprias contas médicas.
*Com informações da BBC
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