Autor da denúncia contra o presidente Sebastián Piñera, o deputado chileno Tomás Hirsch falou ao Correio, na manhã desta terça-feira (9/11), sobre a abertura do processo de julgamento para a destituição do líder direitista. Ao fim de 22 horas de debates, a Câmara aprovou o julgamento político de Piñera por 78 votos a favor, 67 contra e três abstenções. A oposição precisou contar com o voto de Jorge Eduardo Sabag, acusado de entrar ilegalmente no Congresso. O deputado apresenta sintomas da covid-19 e não teria apresentado um exame PCR.
"Essa votação foi algo absolutamente histórico. Pela primeira vez, um presidente chileno é acusado constitucionalmente pela Câmara de Deputados. Isso marca um rito. Também trata-se de algo muito simbólico. Envia um sinal ao Chile de rejeição profunda a manter no poder um presidente que privilegia os interesses pessoais por sobre os interesses da nação", explicou, por telefone, Tomás Hirsch.
Piñera é investigado por ligações com a venda de uma mineradora, a Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. O escândalo foi revelado pelos documentos chamados de Pandora Papers.
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