Os Estados Unidos renderam homenagem nesta sexta-feira (5) ao "general-diplomata" Colin Powell, o primeiro secretário de Estado afro-americano do país, falecido em 18 de outubro, durante um funeral nacional na catedral de Washington.
Na presença do presidente Joe Biden, da primeira-dama Jill Biden e dos principais líderes do Pentágono, a ex-secretária de Estado Madeleine Albright falou de "um personagem que quase transcendeu a história, pois suas virtudes eram homéricas: honestidade, dignidade, lealdade e um compromisso inquebrantável com a sua profissão e com o cumprimento de sua palavra".
"Os militares o adoravam, seus opositores o respeitavam e, no Departamento de Estado, ele era muito mais popular que sua antecessora", brincou Albright, a quem Colin Powell sucedeu como titular da diplomacia americana.
Junto ao casal presidencial estavam o ex-presidente Barack Obama e sua esposa Michelle, seu antecessor George W. Bush e sua esposa Laura, assim como a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado, Hillary Clinton.Seu esposo, Bill Clinton, que foi hospitalizado recentemente com uma infeção, não compareceu ao evento.
Powell morreu aos 84 anos por complicações relacionadas com a covid-19. Ele foi o primeiro afro-americano e o homem mais jovem a servir como chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas americanas, entre 1989 a 1993, antes de se tornar o primeiro secretário de Estado negro do país, sob a Presidência republicana de George W. Bush.
Seu filho, Michael Powell, rendeu hoje uma homenagem a seu compromisso militar.
"Ele amava os soldados com todo o seu coração", disse. "Ele sabia que não era possível pedir às suas tropas para fazer algo que você mesmo não estava disposto a fazer", acrescentou.
Filho de imigrantes jamaicanos nascidos no Harlem, em Nova York, Colin Powell se alistou ao exército americano em 1958, onde ascendeu em todos os ramos antes de se tornar chefe do Estado-Maior Conjunto, quando ficou conhecido por sua gestão da primeira Guerra do Golfo contra o Iraque, em 1991.
Conhecido por suas posições moderadas, Powell viu sua carreira manchada ao apoiar sem ressalvas a invasão americana do Iraque em 2003, quando era o titular do Departamento de Estado de George W. Bush.
Em 5 de fevereiro daquele ano, o então secretário de Estado pronunciou um longo discurso no Conselho de Segurança da ONU sobre a suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque, argumentos que serviram para justificar a invasão do país.
Naquele dia, Powell chegou a exibir um frasco que, que segundo ele, continha antraz. Alguns anos depois, admitiu que aquela ação consistia em uma "mancha" a sua reputação.
Powell era casado com sua esposa Alma desde 1962, com quem teve três filhos: Michael, Linda e Annemarie.
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