Eleições

Candidato republicano vence o governo da Virginia, revés para os democratas

Após a apuração de mais de 99% dos votos, o bilionário Glenn Youngkin, 54 anos e sem experiência política, tinha vantagem de 2,2 pontos

Agência France Presse
postado em 03/11/2021 09:38 / atualizado em 03/11/2021 09:38
 (crédito: ANNA MONEYMAKER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
(crédito: ANNA MONEYMAKER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

O candidato republicano venceu a eleição para o governo do estado da Virginia, de acordo com as projeções da imprensa, uma disputa considerada um termômetro das políticas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Após a apuração de mais de 99% dos votos, o bilionário Glenn Youngkin, 54 anos e sem experiência política, tinha vantagem de 2,2 pontos sobre o democrata Terry McAuliffe, segundo a imprensa.

McAuliffe, que foi governador da Virginia até janeiro de 2018, começou a disputa como o favorito, mas nos últimos dias de campanha as pesquisas apontaram um empate.

O fato de um bilionário que disputou eleições pela primeira vez derrotar um ex-governador popular é um golpe para Biden antes das importantes eleições de 2022, que determinarão o controle do Congresso e definirão vários governos estaduais.

"Vencemos", declarou o republicano aos simpatizantes durante a madrugada. Ele citou um "momento decisivo que mudará a trajetória" da Virginia após oito anos de governo democrata.

Youngkin conquistou o voto rural tradicionalmente conservador, mas também obteve bons resultados nos redutos democratas do norte do estado.

Até o fim, os democratas acreditaram na vitória. "A luta continua", afirmou McAuliffe, que recebeu o apoio de pesos pesados do partido durante a campanha, do popular ex-presidente Barack Obama até o atual Joe Biden.

A eleição era considerada uma guerra entre Biden e o ex-presidente Donald Trump, que desde o início apoiou Youngkin, cuja campanha provavelmente será um modelo para os republicanos de todo o país.

Guerra cultural 

No início da campanha, Youngkin aceitou o apoio de Trump e evitou críticas ao ex-presidente. Mas também evitou deliberadamente aparecer ao lado do líder republicano, mal visto entre os independentes em grande parte da Virginia, ou se apresentar como um assistente de Trump.

A derrota de McAuliffe também deixará nervosos os moderados do Capitólio e fará com que alguns deixem de apoiar o plano de Biden de 3 trilhões de dólares para estimular a economia.

O plano, centrado no bem-estar social e nas infraestruturas, é fundamental na agenda política do presidente, mas está sofrendo importantes contratempos para ser aprovado em Washington.

Na terça-feira também aconteceram eleições em outros estados. Na cidade de Nova York, o democrata Eric Adams venceu a prefeitura e no estado de Nova Jersey a vitória foi de seu companheiro de partido Phil Murphy.

McAuliffe enfrentou grandes adversidades na tentativa de obter um cargo que já havia ocupado, pois o partido majoritário em Washington costuma sofrer um desgaste político durante o primeiro mandato de um presidente.

Youngkik se viu obrigado a fazer malabarismo, pois a grande maioria dos republicanos acredita na falsa alegação de Trump de que a eleição presidencial que perdeu para Biden foi fraudulenta, e neste cenário admitir a verdade tem riscos políticos.

O governador eleito optou por concentrar a campanha em temas locais da "guerra cultural" como o aborto, a obrigatoriedade do uso de máscaras e o ensino da "teoria crítica da raça", corrente de pensamento que analisa o racismo como um sistema que permeia todos os níveis da sociedade para além dos preconceitos individuais

McAuliffe, de 64 anos, se apresentou como alguém que recuperou empregos após a crise financeira mundial de 2008 e prometeu repetir a gestão após a pandemia.

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