Tony Chung, um ativista pró-independência de Hong Kong, de 20 anos, declarou-se culpado nesta quarta-feira (3) de secessão, crime pelo qual pode ser condenado à prisão perpétua.
Tony Chung será a pessoa mais jovem já condenada no âmbito da lei de segurança nacional imposta pela China à cidade.
Chung disse ser culpado de secessão no quarto julgamento sob a nova lei, usada pelas autoridades para sufocar o movimento dissidente nesta cidade chinesa semiautônoma.
"Não tenho nada do que me envergonhar", afirmou Chung no tribunal.
O juiz Stanley Chan advertiu-o de que não permitiria que se falasse de política na corte.
Chung era coordenador do Student Localism, um pequeno grupo que defende a independência de Hong Kong.
O grupo foi fundado em 2016 e desfez sua rede em Hong Kong logo depois que Pequim impôs a lei de segurança nacional em 2020. Mantém uma representação no exterior.
A acusação alegou que o grupo defendia que Hong Kong "se libertasse do colonialismo da China comunista" e "construísse uma república de Hong Kong". Disseminaram sua mensagem nas redes sociais, em barracas de rua, convocando as pessoas a se unirem aos seus protestos e vendendo mercadorias com mensagens separatistas.
Os promotores disseram que o grupo pediu aos Estados Unidos que impusessem sanções a Hong Kong e à China. Também acusaram a organização de se opor ao ensino do mandarim, idioma oficial chinês, nas escolas de Hong Kong, onde se fala cantonês.
Chung também foi condenado por lavagem de dinheiro. A acusação concordou em retirar uma acusação de sedição e uma segunda acusação de lavagem de dinheiro, das quais o jovem se declarou inocente.
Ele está preso há mais de um ano, desde que foi detido em um café perto da embaixada americana, em outubro de 2020.
Um pequeno grupo chamado Amigos de Hong Kong emitiu uma declaração, dizendo que tentou fazer com que Chung entrasse no consulado dos Estados Unidos nesta mesma data para que pedisse asilo.
Em dezembro passado, Chung foi condenado a quatro meses de prisão por insultar a bandeira nacional chinesa e por associação ilícita.
A China impôs a lei de segurança nacional em resposta aos multitudinários, e às vezes violentos, protestos pró-democracia de 2019 em Hong Kong. Com isso, impôs-se limites à liberdade de expressão similares aos que vigoram no território continental.
Outros quatro homens foram condenados, em separado, também sob a lei de segurança, e mais de 150 pessoas foram detidas.
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