A Bolívia deve proteger as meninas da violência sexual e gravidez forçada, afirmou nesta terça-feira (2) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) depois que uma adolescente de 11 anos foi estuprada pelo seu avô.
A menina está em um abrigo da igreja católica, que rejeita que ela realize um aborto. As autoridades locais, a equipe médica e a mãe da menor também são contra.
"A gravidez de meninas e adolescentes vítimas de abuso sexual colocam em risco sua vida, saúde física e mental, e afeta sua autonomia integral", destaca a CIDH.
A gravidez infantil e adolescente é um problema no hemisfério, com cerca de 10 milhões de casos ao ano, alerta a CIDH, em um relatório sobre violência e discriminação.
Este organismo da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirma dispor de informação segundo a qual na Bolívia uma em cada três meninas sofre algum tipo de violência sexual antes dos 18 anos.
O caso da adolescente boliviana retomou o debate entre aqueles que opinam que ela deve abortar e os que se opõem, como o arcebispado de Santa Cruz (leste), o departamento onde reside a vítima.
A Defensoria alertou que vai implementar medidas legais para que "se reencaminhe o procedimento de interrupção legal da gravidez".
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