O papa Francisco pediu neste domingo (24) à comunidade internacional para solucionar a crise migratória da Líbia, apesar da falta de acordo entre os países da União Europeia (UE) sobre como administrar os fluxos de migrantes ao bloco.
"Expresso minha proximidade com os milhares de migrantes, refugiados e outras pessoas que precisam de proteção na Líbia", afirmou, antes de destacar que nunca esquecerá estas pessoas.
"Escuto os seus gritos e rezo por vocês", declarou Francisco durante a tradicional oração dominical do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano.
"Muitos destes homens, mulheres e crianças são objetos de uma violência desumana (...) Mais uma vez exorto a comunidade internacional a cumprir suas promessas e encontrar soluções comuns, concretas e duradouras para administrar os fluxos migratórios na Líbia e em todo o Mediterrâneo", acrescentou o papa.
"Devemos acabar com a devolução de migrantes a países inseguros", priorizando o resgate e salvamento no mar, assim como um desembarque seguro, "garantindo condições de vida dignas, alternativas à detenção, rotas migratórias regulares e acesso aos procedimentos de asilo".
A Itália enfrenta ondas de migrantes que atravessam o Mediterrâneo a partir da Líbia, com centenas de pessoas que chegam a suas costas quase diariamente.
Neste domingo, a linha direta para o resgate de migrantes Alarm Phone indicou que dois botes infláveis com entre 60 e 68 pessoas a bordo precisam de ajuda urgente no Mediterrâneo.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou que o navio de auxílio "Geo Barents" resgatou 95 pessoas no sábado à noite, o que eleva a 296 o número de migrantes atualmente a bordo.
A UE, no entanto, deslocou a atenção do Mediterrâneo para a fronteira entre Belarus e seus vizinhos do bloco, Letônia, Lituânia e Polônia, depois que milhares de migrantes tentaram entrar nestes Estados do leste da UE durante os últimos meses.
Uma reunião esta semana mostrou mais uma vez as divisões entre os países membros da UE sobre questão dos migrantes. Alguns Estados, incluindo Polônia e Lituânia, pediram que o bloco financie as barreiras nas fronteiras com países extracomunitários.