A plataforma americana de aluguel de carros com motorista Lyft registrou mais de 4.000 denúncias de agressão sexual entre 2017 e 2019, segundo o primeiro relatório sobre segurança feito pela empresa.
A empresa publicou o relatório na quinta-feira (21) com dois anos de atraso. A empresa californiana prometeu transparência depois que sua concorrente Uber publicou um relatório sobre os problemas de segurança.
A Lyft afirma que, apesar de a violência sexual ser estatisticamente rara em sua plataforma, é um problema grave.
"Por trás de cada denúncia, existe uma pessoa real e uma experiência real", afirma em um comunicado Jennifer Brandenburger, diretora de política de pesquisa e desenvolvimento da Lyft. "Nosso objetivo é que cada viagem na Lyft seja a mais segura possível".
A empresa diz também que é provável que o número real de agressões seja maior, já que "às vezes podem passar meses ou anos para que uma vítima se apresente e denuncie o que ocorreu, quando chega a fazê-lo."
Em 2019, o ano mais recente no relatório, foram registradas 1.807 denúncias de agressões sexuais, 44% a mais que em 2018.
Segundo a Lyft, esse aumento deve-se em grande parte a um aumento no número de viagens e clientes.
No quarto trimestre de 2019, a empresa contava com 22,9 milhões de usuários ativos, enquanto no mesmo período do ano anterior tinha 18,6 milhões.
O relatório estabelece cinco categorias de agressão sexual: beijos não consentidos em órgãos não genitais, beijos não consentidos em órgãos genitais, toques, tentativa de penetração e penetração.
Uber e Lyft enfrentam várias denúncias nos Estados Unidos por parte de vítimas de violência sexual, que acusam as duas plataformas de não terem ferramentas suficientes em seus aplicativos para protegê-las.
"Ao fazer da segurança dos membros da nossa comunidade nossa prioridade número um, Lyft leva a sério todos os incidentes relatados e investiga a fundo cada um deles", disse Brandenburger.