Uma pesquisa feita por cientistas italianos mostrou que pessoas vacinadas contra a covid-19 têm um risco muito baixo de morte. No trabalho, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Saúde da Itália (ISS), os especialistas avaliaram dados médicos de mais de 700 infectados e observaram que, entre os imunizados, as chances de óbitos eram maiores apenas para aqueles com idade avançada e que apresentavam problemas de saúde anteriores à infecção.
No estudo, os pesquisadores avaliaram prontuários médicos de infectados com o novo coronavírus, sendo 671 deles não vacinados e 171 imunizados. Todos os registros foram obtidos no período de 1º de fevereiro a 5 de outubro deste ano.
Por meio das análises, os investigadores constataram que a maioria dos óbitos em vacinados ocorreu em pessoas na faixa dos 85 anos, que tinham em média cinco comorbidades. Casos de problemas cardíacos, demência e câncer foram alguns dos problemas de saúde registrados entre os pacientes imunizados que morreram durante a análise.
Já no segundo grupo, de não vacinados, essa idade baixou para 78 anos. A maioria dos avaliados apresentava cerca de quatro doenças anteriores à infecção por covid-19. O ISS também divulgou dados nacionais relacionados à pandemia do novo coronavírus. O órgão informou que, durante o período de realização do estudo, foram registradas 38.096 mortes por covid-19 na Itália, sendo 33.620 delas de indivíduos não vacinados, 2.130 de pessoas que receberam apenas uma dose ou foram infectados logo após a aplicação do medicamento (antes da formação de anticorpos), e 1.440 que foram totalmente imunizadas.
No início deste mês, os italianos atingiram a meta de vacinar totalmente 80% da população com mais de 12 anos, um limite que o governo indicou como seguro para todo o país.
Restrições
No Reino Unido, o momento é de atenção, principalmente em decorrência de uma subvariante da cepa delta, com potencial de ser até 15% mais transmissível do que a original. Ontem, Matthew Taylor, diretor da NHS Confederation, que reúne várias organizações de saúde pública, pediu o retorno de algumas restrições contra a covid-19, como o uso de máscaras em espaços fechados, após o aumento de contágios, hospitalizações e mortes. Essa opção, contudo, está descartada no momento pelo governo Boris Johnson.
O número de novos casos diários, entre os mais elevados da Europa, aproximam-se dos níveis do inverno (Hemisfério Norte). Na segunda-feira o Reino Unido registrou quase 50 mil contágios. Óbitos e internações continuam sendo muito menores, mas no mesmo dia o país registrou 223 mortes por covid, o maior número desde março.
Alguns cientistas atribuem o aumento de casos ao reduzido nível de vacinação entre os menores de idade, à redução da imunidade nos idosos que se vacinaram há muitos meses e à abordagem muito liberal do governo ao tema.
Na Rússia, o presidente Vladimir Putin decretou, ontem, uma semana de “folga”, no período de 30 de outubro a 7 de novembro, para tentar conter os casos de covid-19, que se multiplicam no país, e pediu à população que se vacine. “Existem apenas duas maneiras de sair desta pandemia: ficar doente, ou ser vacinado”, declarou, considerando que o baixo índice de vacinação no país é “perigoso”.
Desde junho, a Rússia sofre uma onda da pandemia, por conta da variante delta. O quadro se agravou há um mês, devido à lentidão na vacinação e à inexistência de restrições sanitárias.