EQUADOR

Lasso se nega a comparecer ao Congresso

O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, se recusou a comparecer ao Congresso, controlado pela oposição, para apresentar sua versão sobre o seu envolvimento no escândalo “Pandora Papers”. Lasso foi chamado pela Comissão de Garantias Constitucionais para dar seu depoimento depois que uma investigação jornalística internacional revelou que líderes e personalidades de todo o mundo esconderam ativos em paraísos fiscais. O ex-banqueiro de direita de 65 anos tinha sido convocado pela comissão para depor na tarde de ontem. Lasso é suspeito de ter controlado 14 sociedades offshore, a maioria no Panamá.
Por meio de uma carta, o presidente comunicou que não iria ao Parlamento, mas colocou-se disposto a receber os legisladores na sede do governo “assim que forem esvaziadas todas as presenças previstas no plano de trabalho”. Lasso afirmou que tem “pleno direito” de saber as declarações do restante das pessoas mencionadas antes de dar seu próprio testemunho. Ele solicitou à Controladoria o exame de seu patrimônio e confirmou sua renúncia ao sigilo bancário.

“Golpistas”

Também ontem, Lasso chamou de “golpistas” e “conspiradores” os grupos indígenas e sindicais que planejam protestos no país contra o aumento dos combustíveis. “Esta mão continuará estendida para um diálogo democrático, mas, se tivermos que empunhar com força a Constituição para enfrentar os golpistas, o faremos com determinação, com disposição e sem medo”, alertou, em discurso aos milhares de simpatizantes reunidos em frente à sede do Executivo em Quito. “Que os conspiradores nos deixem trabalhar para tornar realidade o sonho de todos os equatorianos”, acrescentou.
Na noite de terça-feira, Lasso decretou estado de exceção e mobilizou policiais e militares para enfrentar o narcotráfico e a violência. O governo prometeu respeitar os direitos individuais, incluído o de reunião.

“Que os conspiradores nos deixem trabalhar para tornar realidade o sonho de todos os equatorianos”
Guillermo Lasso, presidente do Equador, em discurso a apoiadores, diante do Palácio de Carondelet, em Quito